Levanta da sepultura,
e sai sem escovar os dentes,
nem lavar o rosto.
Veste-se de luto ,
coloca o óculos escuro,
e vai.
Saindo portão afora,
sem olhar para os lados ,
Sem lembrar da cova ,
o buraco ,
que o protegeu do mundo.
Pessoas passam pelas ruas,
mas não passam nada.
Sentem alguma angústia,
mas já estavam angustiadas.
Reconhecem por algum instante
, o ser ambulante.
Olham discretamente,
e logo à frente um conhecido,
desaparecido , semelhante ou parecido
com aquele que já haviam esquecido o nome.
Ou haviam enterrado o pobre homem?
Estresse, alucinação e a mente entorpecida.
E para ele, uma outra vida.
E já era a hora de começar a viver.
No ano de 1996.
Ou 2009 , um assombro.
Escombros no passado de um pesadelo fantasma.
Quase sem recordações.
E o odor dos pensamentos.
O cheiro do coração apodrecendo.
No corpo se decompondo, dentro dele mesmo.
E por inteiro.
Do fim até o começo dos ossos.
Do medo até o receio dos olhos.
Tudo se perdendo.
Meia volta …
Caminha até a cova.
Deita, fecha os olhos.
Mas não dorme, não ri e não chora.
Apenas fica