Um carro amarelo
atravessou o sinal vermelho
e colidiu com outro, verde.
No horizonte alaranjado, morria o sol.
A tarde caía cinzenta.
As pessoas estavam pálidas.
Dois cadáveres apáticos,
um branco, outro pardo,
avermelharam de sangue o chão.
Veio o carro preto da funerária.
O moço, de olhos azuis e feições sombrias,
disse que era preciso dar cor à poesia.
O policial, de cínicos cabelos grisalhos
e uniforme marrom,
disse que não.