(À Fernanda de Carvalho Peixoto)
Pela fresta do vitrô
Vejo as plantas descansando
Exalando frescor verde
Balançando com o vento
Com o vento respirando.
Agachadas pesadas molhadas
É rosa gerânio jasmim
É dália antúrio avenca
É tudo. É meu jardim!
É a vida de minha casa
É o pulmão da minha vida
É o bem vindo aos que chegam
É um sorriso uma guarida
Aos grilos aos pássaros às minhocas
Aos besourinhos cascudos
Às meninas dorminhocas
Aos meninos carrancudos.
O meu sol é o calor
Minhas mãos, o carinho
Minha chuva, o frescor
Minha floresta, o caminho.
Venham buscar meu amor
Venham comer minha terra
Venham beber minha água
Venham sentir meus afagos
Venham lutar minha guerra.
O menino viu minhas rosas
“Hoje é tão raro ver rosas!”
Começou a ficar prosa
Deu um sorriso de alívio
E pensou com os seus botões:
“Aqui encontrei a paz!”
Deu um sorriso de amigos
E veio morar comigo.