Canapés são gordos e magros, compridos e redondos, de queijo e de presunto, gostosos, engolidos, servidos, manipulados, conversados, ressecados, embandejados, mordidos, triturados. Por que se perder tempo com eles? São simples, mas já foram sofisticados. Podem voltar a sê-los? Não creio. Este tempo já passou. Do tempo quando eles eram servidos por garçons de preto em bandejas de prata alçadas e aladas sobre mãos velozes no salão. O papo fluía, as mulheres riam, os homens também, todos eram felizes. Hoje já não é mais assim. Já não há mais bandejas, garçons, uniformes pretos, sorrisos, homens, mulheres. Onde está a alegria? Onde estão os canapés? Restaram os de queijo, presunto, não mais os chics, que enchiam os salões. Estes hoje estão vazios, sem serpentinas, bandas. Negócios, somente negócios, nada mais do que isto, sem arte, somente de queijo….e presunto.