A viagem ao continente Boyle

Há muito tempo, numa época de ingênuos e cretinos, resolvi fazer uma viagem, eu viria para o continente de Boyle, uma lenda que rondava a imaginação de todos, porém eles pensaram que era realmente uma lenda…
No caminho até aqui, enfrentei o meu próprio destino, lutei contra a morte e contra a vida, destruí bestas e monstros, desafiei Deus e aniquilei o Demônio, fui vítima de feitiços, amores e ódios, fui vítima do meu próprio ser, da minha própria alma, de minha única ilusão.
Entretanto, não caminhei sozinho nessa jornada, às vezes seria melhor que estivesse solitário; mas encontrei alguém essencial para concluir minha jornada, meu caminho até aqui… o continente de Boyle.
Levei longos anos da minha vida para encontrar esta “pessoa”que hoje é uma estrela que me vigia todas as noites, todos os dias, por toda a minha vida. Costumo chamá-la de Fedra…
Há dezoito anos, quando ainda era cretino, porém havia iniciado a minha busca, costumava parar nas tavernas das cidadelas que encontrava no meu vasto caminho; em uma delas ouvi uma lenda, era “A Lenda de Fedra”. Eles diziam que havia um anjo que vagava entre as florestas e que se chamava Fedra. Era um anjo lindo, quase perfeito, e indiscutivelmente encantado. Hesitei ao perguntar se alguém já a havia visto. Alguns disseram que não, mas sentiram seu doce perfume, disseram que era o perfume mais agradável do que qualquer flor já vista no mundo…
Ainda me lembro do dia em que encontrei Fedra…
Vagava em Brostwood, estava perdido, com sede e fome, aquela mata parecia não ter saída, pensar estar preso a meu próprio destino, não agüentava mais e caí. Algum tempo depois senti aquele perfume hipnotizante, abri os olhos e vi… era Fedra, em questão de segundos me pus sentado e permaneci imóvel, espantado, olhando aquele anjo que mais me parecia ter criado o universo. Ela esticou seu braço até mim, pôs sua mão no meu ombro esquerdo e disse: “Sei que há muitos obstáculos e espinhos no caminho, você precisa lutar, lute contra o seu próprio corpo para um dia poder olhar para trás e dizer: se não fosse assim, hoje eu nào seria feliz… hoje… eu não estaria aqui…”Ela disse isso enquanto uma lágrima escorria do seu rosto, emitindo um brilho que faz parte de mim até hoje.
– Ah, Fedra!!! Que saudade eu sinto de ti.