Coisas Importantes em Nossas Vidas Cheias de Coisas…

É engraçado o jeito como as coisas acontecem nas vidas das pessoas e como as pessoas reagem – e convivem – com essas coisas em suas vidas. Com “coisas” quero dizer muitas coisas (Ops!) e há várias maneiras de serem ditas, geralmente mal compreendidas ou erroneamente interpretadas. Se você ainda não captou a mensagem vou ser mais claro. Certo dia estava indo para São Paulo, lá pelas seis da manhã, um frio do cão. Três pessoas esperavam, como eu, o ônibus na Rodovia Presidente Dutra. Estávamos agasalhados de maneiras diferentes, tínhamos bagagens diferentes e provavelmente faríamos coisas diferentes, apesar do mesmo destino: São Paulo. Quando o veículo chegou pagamos ao motorista, pois neste caso a passagem é comprada na hora do embarque. Eu, uma nota de dez reais; o outro, duas de cinco; a outra, um passe especial e o último, dinheiro trocadinho(o prevenido). Deu até para escolher onde sentar, estava praticamente vazio… Chegando em Sampa, aquele mar de gente, cada pessoa correndo atrás de uma coisinha diferente. Tentei reparar nas expressões faciais, nos semblantes – tantas preocupações – (onde aqueles três foram parar?) – constatando que a vida é muito diferente para cada um de nós!
Meu primo, por exemplo, trabalha numa firma da área de informática e vive viajando para outros países. Está sempre convivendo com outras culturas e línguas, e apesar das aparentes diferenças se perguntarmos sobre os problemas de relacionamento destas pessoas ele dirá que são sempre os mesmos; iguais aos nossos.
Mas aí vem a pergunta: “Qual a utilidade da diversidade das coisas em nossas vidas?”.
Acredito no livre arbítrio e na capacidade de decisão do ser humano (como a consciência faz a diferença…), mas a cada instante, a cada segundo tomamos pequenas decisões que se não mudam trajetórias podem acabar (e realmente acabam) influenciando, de alguma forma, as vidas de outras pessoas… São pequenas coisas como jogar papel no chão – isto influencia desde o varredor, ou o catador de lixo, até o meio ambiente( em caso de enchentes este simples papel faz a diferença) – ou fumar num ambiente fechado (o que só não incomoda ao tabagista), sem falar do jeito que dirigimos; fechadas, buzinadas, palavrões, sinais avançados, desrespeito à faixa de pedestres… Será se percebemos a importância de nossa conduta perante os outros? E não se trata aqui de falso moralismo ou de postura, educação e etiqueta. Trata – se de algo mais substancioso que faz referência ao mesmo tempo à você e ao chinesinho lá do outro lado do mundo, ao africano e ao norte americano; cada um em sua específica realidade. Todos vivendo no mesmo mundo e com a real possibilidade de se conhecer e de trocar experiências; estão aí o meu primo e a Internet que não me deixam mentir!
No meio de tantas coisas, o que é mais importante em nossas vidas ?
Cultura? Educação? Religião? Estabilidade sócio-econômica? Progresso científico e tecnológico? Lógico que tudo isso é necessário… Mas há uma coisa que sempre teve, erroneamente, uma conotação basicamente religiosa e que vai além de templos, igrejas e rituais. Passa pelo crivo da consciência do homem – superando seus instintos – quando ele se utiliza da razão de forma convincente. Homem que já vem sentindo os primeiros sinais da sua intuição(sem místicas) como uma integração com a vida, com o próximo e com o universo. Mas, afinal de contas, que coisa é essa (que hoje em dia ajuda muito à vender livros esotéricos e de auto-ajuda)?
Estou falando sobre a Evolução Moral.