Ouvi a apresentadora do documentário falando a palavra “coprólito” e achei linda! Corri para o dicionário e me decepcionei: é só excremento de animais petrificado. É “cocô”, traduzindo para o nosso bom linguajar comum e, por que não dizer?, infantil.
Fiquei, então, pensando na aversão que a gente sente por essa coisa chamada “fezes”.
E fiquei sabendo que um elefante africano adulto produz, em média, setenta quilos de dejeto por dia! Puxa, o peso de um homem! Um elefante joga fora um homem por dia!
Tenho uma amiga que, recentemente, teve um bebê. E esses dias ela veio com uma história de “estou na fase de achar cocô lindo!” porque a filha andava lá com um tal de “refluxo” e o cocô acabou virando atração circense!
Aí, lembro de Freud ou sei lá de quem que falava da fase anal em que toda criança sente prazer em defecar. Defecar? Nossa, eis aí outra palavrinha humilhante!
Engraçada essa história de achar a posição para uma melhor eliminação intestinal (gostou dessa, né?) humilhante. Especialmente se não existir no lugar e na hora do aperto algo como nossas tradicionais privadas e formos obrigados, de repente, a fazer o serviço atrás do pé de café, por exemplo.
E quem já não foi apanhado de surpresa no meio de um congestionamento ou de uma estrada deserta? Pior é ter comido uma dúzia de pães de queijo e esquecido de pôr o rolo de papel higiênico no porta-luvas… aiaiai, aí sim é um perigo!
Existe também uma espécie de distúrbio sexual… e agora me lembrei daquele filme que assisti outro dia com o Woody Allen, um tal de “Crimes e Pecados” e ele decepcionado contando para a esposa: “um desconhecido defecou na minha irmã”…
Ah, meu Deus! Às vezes fico pensando se Deus também defeca. Se defecar nos põe à frente da idéia de imperfeição, Deus não deve fazer isso. Mas quem sabe ele nos olhe lá de sua divina privada, as longas barbas brancas e aquele ar de alívio?… ahhhhhh!!!!
… aliás, Ele deve andar meio decepcionado comigo há muito tempo: quando eu era pequena, ouvia dizer que a chuva era o xixi de Deus!… e acreditava, o que me deixa ainda mais endividada!
Agora achei outra palavra pior: “borra”. As de carneiro são bolinhas pretas e bem pequenininhas, as de cavalo são verdes e já um pouco maiores. Tento imaginar a bolona de setenta quilos do elefante… ih, eu, hein?! Não quero é nem chegar perto, ainda mais se o vento estiver pro meu lado…
Difícil mesmo deve ser a profissão do bioquímico. E lá vem num dos quesitos do resultado do exame: “odor característico”. Argh!
Melhor ficar por aqui, que essa crônica não está me cheirando nada bem…