Em meados de 1997, o arqueólogo Jorge Prados estava escavando em Roma. Este tinha acabado de se formar em História quando gritou aos seus companheiros para virem ver o que ele tinha acabado de achar. Tratava-se do diário de um homem chamado Iohanes. O diário ainda permanece sem data pois Iohanes o escreveu em um antigo dialeto druida. Acredita-se que era para escondê-lo de povos estrangeiros. Mas tudo indica que foi escrito entre 98 e 117 d.C.. Este diário foi levado ao museu ainda recém descoberto e examinando-o descobriram que o tipo de papel ainda é desconhecido pela Ciência. Grandes museus vêm cobiçando estas 75 folhas, chegando a oferecer a Prados alguns milhões por palestras e explicações sobre o material achado na região central da Itália.. Aqui vai apenas um pouco de seu diário.
Do diário de Iohanes:
“Não obstante às invasões constantes dos bárbaros à nossa cidade, temos ainda de enfrentar os patrícios, que assim se chamam porque possuem mais de 20 milhões de sestércios. Estes possuem terras e dominam os plebeus. Não sou um patrício, mas não sou plebeu. Estou no meio dessas classes. Nasci na região de Pompéia e vim para Urbs*, pois meu pai foi promovido a edil aqui. Minha infância foi como todas as outras, brinquei com meu pai e meus amigos e me divertia com os jogos que apareciam naquela época. Hoje em dia trabalho como assessor do Imperador Trajano. Sou mais ou menos um conselheiro imperial. Nas batalhas, nas reformas e construções, minha opinião é a que mais conta. Trajano e eu somos amicíssimos. Sinto que sou seu melhor amigo. Ele está sempre pedindo minhas opiniões e seguindo meus conselhos. Meu último conselho a ele foi tentar encostar os barcos bárbaros nas rochas, assim os afundando. Alguns dias depois do conselho, recebíamos a notícias de que 30 galeras bárbaras foram afundadas perto da costa de Naplles. Esse conselho poupou vidas de milhares de homens e me rendeu uma boa recompensa do Senado. Até a famosa frase atribuída a Trajano teve minha participação: “Que sejas feliz como Augusto, e melhor que Trajano”.
Como sou muito amigo de Trajano, freqüento sua casa. Esta é linda, uma das mais belas da Urbs. A porta da frente é toda trabalhada em ouro e com pequenos pontos de prata no trinco e bordas inferiores. Em sua sala de estar, na frente do pórtico todo trabalhado em ouro e bronze, há tapetes vindos diretamente Pérsia. Nos cantos, há estátuas de Júlio César e imperadores famosos. Quanto a sua família, eu a conhecia, mas pouco falava com ela. Trajano gostava de me chamar para suas festas e, às vezes, para ficarmos conversando e bebendo vinho.
Há algum tempo, enquanto trabalhava, ouvi barulho na rua. Parecia que estava vindo uma comitiva inteira. Depois de algum tempo ouvi as cornetas cada vez mais perto. Uma grande agitação no pátio central ocorria. Quando fui ver, Trajano saía junto ao chamado de um de seus servos. Mais ou menos cem soldados escoltavam um homem com um papel à mão. O homem queria falar com Trajano. Quando cheguei mais perto do homem, vi que estava bem vestido, com uma túnica verde e com pingentes de ouro e prata nas bordas. O homem finalmente falou algo:
– Imperador, preciso lhe falar, algo terrível aconteceu… falou o homem tenso e tomando ar para continuar a oração, mas fora interrompido por Trajano.
– Fale, o que foi que houve de terrível?!
– É seu primo em Pompéia… Ele foi assassinado há duas semanas… reportava o homem cada vez mais ofegante. Era evidente que ele era um mensageiro da linhagem imperial de Pompéia. O fato dele estar ofegante, talvez fosse por causa da viagem que acabara de fazer. Geralmente os mensageiros que levam notícias importantes não param nem para almoçar.
– Como isso aconteceu?
– Foi no Banho Público. o homem afinal acalmara-se Ele estava se banhando quando de repente, dois homens bem vestidos entraram e o apunhalaram três vezes. Depois saíram sem dar satisfação. Isso é o relato de testemunhas, claro.
– Quem eram esses homens, que motivo os levaram a cometer tal atrocidade? perguntava com os olhos cheios de lágrimas Trajano. Seu primo era um dos únicos parentes que realmente tinha um contato mais forte com ele.
– Ninguém sabe quem eram e nem quais os motivos, mas as autoridades locais já estão fazendo trabalho.
– Quero mais notícias assim que elas aparecerem. Quando pegar esses desgraçados, espalharei partes de seus corpos por todo Império. gritou Trajano para que todos o ouvissem.
Logo depois o séquito do mensageiro o acompanhou até a saída. Quando todos se dispersaram, notei um homem baixo, com uma tatuagem de duas serpentes entrelaçadas em seu pescoço. Estas me fascinaram. Mas quando o homem percebeu que estava sendo observado, retirou-se rapidamente da grande sala, enquanto a guarda imperial fechava os portões e tudo voltava ao normal. O fato me pareceu muito estranho, porque o homem saíra tão de repente quanto aparecera. E sumiu como se não quisesse ser observado, notado.
Naquela noite Trajano chamou-me para conversar. Passei horas com ele, ouvindo suas mágoas e consolando-o. Era realmente uma perda e tanto para ele. Até pensei em comentar sobre o homem com a tatuagem, mas não convinha naquele momento.
Realmente me comoveu aquele homem ali, sentado, contando suas mágoas para o que era provavelmente seu único e verdadeiro amigo. Passado algum tempo, fomos dormir. Ele dormiu em sua sala, e eu, voltei à minha domus**. Lembro que naquela noite sonhei com duas serpentes enforcando Trajano.
Alguns dias depois, lembrei-me de meu interesse pelas serpentes. Procurei em livros em latim, grego, mas não achei nada sobre elas. Quase já sem esperanças lembrei de um amigo de Trajano e meu que poderia me informar: Plínio, o Jovem. Este residia em uma domus de luxo perto do Coliseu. Na hora pensei em ir procurá-lo, mas lembrei-me que tinha muito trabalho a fazer. Iria vê-lo no outro dia.
Quando acordei naquela manhã, lembrei-me de ir à casa de Plínio, o Jovem, para saber o significado daquelas serpentes que tanto me impressionaram. Mas no caminho pensei em passar no mercado para comprar algumas coisas de que precisava. O mercado, é como uma domus, mas em vez de ter casas, ela é dividida em pequenos comércios. Cada andar tem suas especialidades. Por exemplo, no primeiro vendem-se só tapetes, no segundo, especiarias da Índia e assim por diante. No mercado, enquanto andava, vi o homem de baixa estatura com a tatuagem da serpente de novo; e ele não estava só, estava acompanhado de mais dois homens baixos com a mesma tatuagem em seus pescoços. Tentei ir até eles para falar-lhes, mas eles, outra vez, saíram de súbito assim que perceberam ser observados. Tentei correr para alcançá-los, mas já era tarde demais. Fiquei desapontado. Qual era o problema daqueles homens? Enquanto me dirigia à porta de saída encontrei uma velha amiga minha: Claudia. Ela morava em Pompéia comigo e éramos muitos amigos. Quando a vi, não acreditei! Já fazia tanto tempo… Ela estava mudada, mais bonita!
– Claudia! É você? eu tive de pará-la, pois senão ela nem me reconheceria.
– Em que posso ajudá-lo senh… Iohanes! É você, nem acredito, há quanto tempo!
– Você está linda! Como você veio parar aqui?
– Eu vim para me casar com o senhor Trimalcião. Sua esposa Fortunata acabou de morrer O quê? Se casar com quem? Tive vontade de perguntar isso, mas não era de meu interesse. Afinal tinha 33 anos e a namorei (nas raras vezes que seus pais não cobraram por casamento) nos meus 14. Isso já não fazia mais sentido. Mas quando ela disse que se casaria com Trimalcião, que era um dos patrícios mais ricos da época, fiquei sem palavras, não sei porque. Ela estava realmente mudada, o cabelo estava na altura dos ombros, e, claro, parecia bem mais madura do que quando a namorei.
Era evidente que ainda sentia algo forte por ela.
– Que… bom! exclamei meio sem vontade.
– Bom, tenho que ir agora, nos encontraremos depois.
– Não, espere, porque não vem visitar Plínio, o Jovem comigo?
– Você conhece Plínio, o Jovem? foi aí que lembrei que ela não tinha a mínima idéia de quem eu era! Iria contar tudo depois, agora não…
– Claro que o conheço, e vou indo visitá-lo agora, vamos? repeti a pergunta enfatizando-a.
– Agora… Não posso tenho que ir entregar essas compras ao meu senhor.
– Deixe isso comigo, eu assumo qualquer conseqüência!
– Não sei se devo… Você promete mesmo?
– Claro! Vamos, é por aqui.
No caminho da casa de Plínio, o Jovem, contei tudo a meu respeito, e ela no começo parece que não acreditou muito, mas depois a convenci mostrando meu conhecimento sobre o imperador. E também teria muito tempo para provar quem eu era.
Chegando à casa de Plínio, o Jovem, batemos na porta. Fomos atendidos por um guarda vestido em trajes de guerra. Ele perguntou o que queríamos, e eu disse que queria falar com Plínio, o Jovem. A princípio ele negou nossa entrada, mas quando Plínio viu que era eu, exclamou:
– Deixe-os entrar, guarda! Iohanes, apresente-me sua noiva.
– Não se trata de minha noiva, nem de minha namorada, caro amigo. É apenas minha amiga Claudia.
– Prazer em conhecê-lo senhor Plínio. ela estava muito nervosa ao falar com Plínio.
– Por favor, meu amigos me chamam só de Plínio. Mas sentem-se, digam-me o que os trazem aqui?
– Ah, amigo comecei eu é que fiquei muito curioso sobre uma tatuagem que vi em um homem.
– Como era essa tatuagem? perguntou com uma voz calma.
– Ela consistia em duas serpentes entrelaçadas. Elas tinham a cor… Verde, é isso verde!
– O quê? exclamou Plínio preocupado Você tem certeza, meu filho?
– Claro que tenho, pois as vi duas vezes.
– Por Júpiter, como era esse homem que você viu?
– A única coisa que lembro era que eles eram realmente muito baixos. O senhor está começando a me assustar, o que as serpentes querem dizer?
Plínio, o jovem, nem deu importância à pergunta e se apoiou em sua bengala de marfim para poder ir até sua estante cheia de livros. Pegou um e voltou relativamente rápido para sua idade.
– Aqui, aqui estão elas! exclamou o velho com terror.
– O que elas querem dizer?
– Elas são símbolo de uma religião pagã fora dos domínios do Império. Os druidas, isso mesmo os druidas. É essa a religião pagã que usa serpentes como símbolo. Como e porque eles estão aqui? perguntava o velho para si mesmo
– Mas onde exatamente fica concentrada essa religião? – perguntei, e quando o fiz, Claudia acolheu-se em meus braços, como se estivesse com medo de algo. Tenho de confessar que fiquei com medo também.
– Se eu não me engano, fica em alguma parte da Bretanha… Plínio levantou-se, novamente agora dirigindo-se à um planisfério. Depois de o pegar veio para a mesa.
– Mas eu pensei que a Bretanha fosse todo nossa?
– Você se enganou meu filho. Grande porção da parte leste é nossa. Mas a oeste, existe uma ilha, chamada de Avalon pelos nativos dessa parte da Bretanha. Eles dizem que essa ilha é encantada, mágica.
– Meu amigo, tenho de ir correndo avisar o imperador que existem espiões em nosso Império.
Saímos com pressa, e Claudia se assustou. Disse a ela que a levaria para casa, que isso já estava ficando perigoso demais.
Mas já era tarde demais para nós. Quando saímos da casa de Plínio, o Jovem, avistei um pequeno e com a tatuagem de serpentes. Não pensei duas vezes e corri para leste do Coliseu. Tive de levar Claudias comigo até achar um lugar seguro em que pudesse a deixar. O tempo não foi suficiente outra vez. Quando chegávamos à rua que ligava o mercado, fomos interceptados por mais dois homens com a mesma tatuagem da serpente no pescoço. Não houve tempo mais para nada, bateram forte em minha cabeça com algum tipo de metal e puseram uma mordaça em Claudia.
Andamos algumas horas de carroça até chegarmos em uma casa no meio da Via Ápia. Fomos jogados em um quarto sem luzes e abafado.
– Claudia, você está bem? O que esses animais fizeram a você?
– Estou bem, e você?
– Meio dolorido na nuca, mas eu agüento.
Em algum momento velas começaram a iluminar o ambiente e um homem com uma túnica azul entrou.
– Meu nome é Raven. Vocês não tem a mínima idéia do tamanho do problema que vocês arranjaram, tem? falou meio irritado o homem.
– Não senhor…
– Nós, os Druidas, já existíamos bem antes de vocês seus miseráveis! gritava o homem Como vocês e o seu “Imperiozinho” ousam transpor a imagem de nossa religião. Como ousam querer conquistar nosso povo?
Então estava explicado. Eles queriam se vingar de nós pois descobriram planos de conquista de seu povo em Avalon. Mas como, Trajano nem mencionou isso comigo e eles já estão sabendo… Não, não fora Trajano que desenvolvera esse plano, mas sim um de seus generais mais ambiciosos. Johae II, um ótimo general, mas quer coisas fora de seu alcance. Por isso acham que Trajano desenvolveu o plano de conquista, mas fora JohaeII!
– Não, isso não passa de um mal entendido… gritei com segurança.
– Cale a boca, seu insolente. Agora vocês vão passar a eternidade nessa cela!
Logo depois de dizer isso saiu da sala e deixou dois de seus guardas na porta para vigiar-nos. Estava bastante preocupado, mas não comigo, sim com Claudia. Também que tipo de vingança eles planejavam contra nós?
– Claudia… Me desculpe por tudo isso, você sabe que eu não tinha a intenção… disse triste.
– Melhor do que estar com aquele velho do Trimalcião Pelo menos estou com você… falou e calou-se de repente.
Momentos mudos passaram até que disse:
– Estou feliz em estar com você também. Se a cor da minha face mudar agora não estranhe por favor. isso conseguiu, por um momento, provocar algumas risadas. Fazia tempo que não via aquele sorriso, aberto como um raio que acabava de se desfazer.
Não tínhamos idéias da hora, pois o quarto não tinha janela, então dormimos. Sabia que não poderíamos ficar lá nem mais um dia. Mas antes iria dormir e assim recobrar minhas forças.
Na manhã seguinte, planejei que Claudia iria chamar o guarda para dentro da cela, alegando que eu estava passando mal.
Quando o guarda se aproximasse, eu o chutaria e fugiríamos.
– Guarda, guardaaa! Meu amigo está passando mal, venha ver o que houve.
– Vá lá, Plônio. Se algo de errado acontecer eu o ajudo! murmurou um dos guardas para o outro.
Assim que o guarda chegou perto de mim, dei-lhe um soco no rosto e um chute nas costelas. Não deu outra, ele caiu como um javali atingido por uma flecha. Peguei espada caída no chão, agarrei a mão de Claudias e corri para a porta. Golpeei o outro guarda que estava na porta e desviei à direita em um corredor. Encontrei mais um guarda. Ele me feriu o ombro com uma adaga e eu enfiei a espada em sua barriga. A partir daí comecei andar em silêncio. Quando cheguei em uma porta de aço semi-aberta ouvi uma conversa. Era a voz de Raven e mais um de seus comandantes.
– Nossos homens já estão lá?
– Sim. Quando Trajano for fazer seu discurso, nossos homens distrairão a guarda imperial e um único homem o esfaqueará. Não haverá meio de sobreviver.
– Hahahahahah! Muito bem planejado Talisuther, muito bem!
Quando ouvimos isso, corremos para saída. Ainda tive de enfrentar mais dois soldados até a saída. Então era esse o plano.
Assassinar Trajano.
Agora tínhamos de chegar a tempo para salvar o imperador. De acordo com o meu relógio solar faltavam 3 horas para o discurso. Por sorte uma carroça estava abandonada em frente da casa. Claudia e eu subimos nela e andamos por duas horas e meia até chegar no portal de Roma. Não entramos na cidade, pois na manhã carros de boi e carroças não podem circular dentro desta. É lei.
Quando chegamos ao local que sediaria o discurso, o palco de madeira já estava montado. Alguma coisa fez Trajano começar seu discurso antes. Dez ou quinze minutos antes. Já havia uma pequena desordem perto do palco, que serviria para chamar a atenção da guarda real, assim a distraindo. Essa parte do plano deu certo, uma vez que todos os soldados que estavam no palco protegendo o imperador abandonaram seus postos para abafar a pequena rebelião. Tentei gritar por Trajano, mas o barulho era imenso e nem mesmo eu consegui escutar meu grito.
– Claudia, espere aqui. Por Plutão, não saia daqui me, entendeu?
– Onde você vai, Iohanes…
Fui correndo em direção ao palco para tentar evitar o pior. Quando comecei subir as escadas, um homem vestindo uma túnica preta estava caminhando na direção de Trajano com uma pequena faca de prata. Ninguém viu, pois todos estavam prestando atenção na pequena desordem que os guardas tentavam abafar. Mesmo se vissem, não poderiam fazer nada pois o tumulto geral tomava conta da praça. Trajano também prestava atenção no tumulto e por isso não viu o homem druida se aproximar.
Quando o homem druida levantou a mão para apunhalar Trajano, pulei em cima dele com toda energia que me restava.
Trajano se assustou e caiu de sua cadeira. O homem ainda tentou apunhalar Trajano, mas um chute bem direcionado em sua mão o fez largar a faca. Ele por sua vez deu-me um soco no estômago. Depois ele ainda chutou-me no rosto. Isso me fez cair, mas em 3 segundos já estava de pé de novo. O homem pegou a faca de novo e pulou em cima de mim. A faca já estava encostando em minha garganta, quando algo atingiu a cabeça do homem e ele caiu para o lado. O que houve? Pensei. Quando abri os olhos vi Claudia chorando com a cadeira na mão. Ela havia acabado de golpear o homem na cabeça.
– Não mandei você ficar lá embaixo? Você podia ter morrido! disse ainda sem mostrar gratidão, pois estava em estado de choque com toda aquela situação.
– Você poderia ter morrido se não fosse eu. disse ela chorando e abraçando-me. Ela acabara de salvar minha vida!
Depois disso peguei uma das cordas de um guarda e amarrei o homem bem forte.
Alguns dias depois, Trajano esclareceu todo o mal entendido com os druidas e descobriu ainda que quem matou seu primo, foram dois druidas. Trajano os julgou e os condenou à morte. Quanto ao homem que tentou matá-lo, teve sua cabeça exposta por uma semana no Coliseu para quem quisesse vê-la!
Ainda deu á Claudia e a mim, um jantar especial. Lá, nós e mais o imperador brindamos à nossa saúde. Também nos deu 10 milhões de sestércios e mais um servo para cada um.
Claudia desistiu de se casar com Trimalcião e era minha noiva agora. Seus pais não puderam interferir, por causa de uma nova lei que dizia que os pais não poderiam interferir no casamento dos filhos. Daqui um mês nos casaremos.
Provavelmente esse fato não constará nos livros de História do futuro, pois depois de Trajano morrer, os militares da época ignoraram esse fato, fizeram dele pouco caso. Isso me deixou meio triste, porque arriscamos nossas vidas. Só escrevi esse diário, para que alguém, um dia possa saber da verdade. Trajano realmente foi um ótimo imperador e qualquer um que vivesse na Urbs na época que eu vivi, se orgulharia dele.
Tomara que quem quer que esteja lendo isso, compreenda que fomos um grande Império, com grandes imperadores e personalidades.”
– Iohanes
* Como Roma era chamada antigamente
** Lar, casa.