(VIAGEM MUITO DOIDA PELOS ANOS SESSENTA)
10
ESSÊNCIA DO DARMA CORPÓREO DE BUDA
Dois meses depois da boa nova da duplicação da mesada, o pai de Marcos voltou a chamar o filho para nova conversa “de pai para filho”. “O que será desta vez?”, indagou-se Marcos, para quem o pai era uma figura ao mesmo tempo íntima e distante, como um estadista que acompanhamos através das notícias nos jornais e dos pronunciamentos na televisão, mas com o qual mantemos um constante “diálogo”: “Bravo, senhor fulano de tal, é de atitudes assim corajosas que precisamos!” ou “Assim não dá, senhor beltrano, o senhor está começando a pisar na bola!” Apesar das emanações de maconha cada vez mais constantes de seu quarto, dessa vez não passou pela cabeça de Marcos que pudesse ter “dançado”.
– Filho, – começou bruscamente o pai – infelizmente, parece que vou ter de reduzir novamente sua mesada.
– Mas pai, – reagiu Marcos, assustado ante a perspectiva de lhe faltar dinheiro para os chopinhos e táxis. – você mesmo disse que, quando se namora, dobram as despesas.
O contra-ataque do pai foi fulminante:
– A minha impressão é de que está sobrando dinheiro…
– Sobrando? – perguntou inocentemente Marcos, sem perceber a armadilha a que o pai o estava conduzindo. Está tudo tão caro, a maioria dos bares não serve cerveja, só chope, e quase todos estão cobrando consumação mínima…
– Tem certeza de que seu dinheiro está sendo gasto com chope? – perguntou o pai, sem que o filho percebesse onde queria chegar.
– Às vezes, pedimos uma batatinha para tirar o gosto…
– Você não está entendendo. Você já deve ter ouvido do envolvimento de jovens da sua idade com drogas.
– Drogas? – reagiu Marcos assustado.
– Eu disse drogas: maconha…
– Mas isso é coisa de favelado!
O pai, arguto criminalista, mudou de tática.
– Filho, quando eu tinha a sua idade, éramos proibidos de fumar diante dos pais. É da natureza do jovem, porém, contestar os padrões estabelecidos. O resultado era que acabávamos fumando escondido. Não quero, com este exemplo, equiparar o cigarro à maconha. Seria como igualar a cerveja à cicuta. Apenas quis ilustrar os mecanismos psicológicos que levam os moços a transgredirem as normas, sem medirem claramente as conseqüências.
O discurso paterno deixou Marcos privado da palavra.
– Filho, se você confessar seu erro e jurar nunca mais repeti-lo, eu o perdoarei de todo o coração.
Marcos continuava embasbacado. O pai, percebendo a inoperância de sua tática, começou a se impacientar.
– Meu filho, não adianta querer me enganar. Sei, por fonte segura, que você anda metido com maconheiros!
Marcos começou a perder o domínio de si.
– É mentira! Você conhece meus amigos, são todos de boa família. E, ainda por cima, quase não vejo “eles” mais, depois que comecei a namorar a Sônia.
– Filho, se você não quer confessar, serei obrigado a “abrir o jogo”. Uma pessoa de seu círculo telefonou anteontem para o meu escritório. Disse que, há mais de um mês, estava na dúvida se devia ou não me contactar. Mas, para o seu próprio bem, decidiu me alertar…
– É mentira! É mentira! – exclamou Marcos, imaginando tratar-se de mais uma das brincadeiras de mau gosto do Renato.
– Deixe “eu” terminar de falar! – esbravejou o pai. Conforme eu dizia, é uma pessoa que gosta muito de você mas quer salvá-lo do vício. Filho, você nunca leu que a maconha, a longo prazo, destrói as células nervosas? Marcos esboçou uma reação:
– E alguém já provou isso por a mais bê? Os médicos não dizem que cigarro causa câncer, e, no entanto, tem um monte de gente fumando sem que lhes aconteça nada?
– Filho, deixe de ser cínico! Não se pode comparar uma coisa com a outra.
– Por que não? E o álcool, que provoca suicídios, acidentes de carro, agressões, sem que ninguém o proíba?
– Meu filho, você já está passando dos limites. Não pode comparar o álcool com a maconha. Desde que o mundo é mundo, o homem fermenta a uva para produzir o vinho. Consta inclusive da Bíblia: até Noé se embriagou e ficou nu em sua tenda. Já a maconha é um perigo, podendo levar a pessoa à loucura. E fique sabendo: se, em vez de aproveitar a chance de estudar e passar no vestibular, você ficar fumando essa porcaria, corto sua mesada e você vai ter de trabalhar de dia e estudar de noite, como a maioria dos rapazes de sua idade, que não têm papaizinho rico para pagar as contas!
Ante tão eloqüente catilinária, Marcos concluiu pela inutilidade de negar o delito e mudou de tática, procurando minimizá-lo. Jurou de pés juntos para o pai ter-se tratado “de uma vezinha só, por curiosidade”, e que nunca mais se repetiria. O pai, tocado pelo arrependimento do filho, acabou voltando atrás na intenção inicial de reduzir-lhe a mesada.
Marcos ficou ressabiado. A única pessoa a quem contara que queimava fumo era a Sônia, mas ela seria incapaz de delatá-lo. Teria sido “jogada” do velho, alertado pelo cheiro proveniente de seu quarto? Dali para a frente, passaria a ser mais cauteloso para não dar bandeira.
Dois dias depois, voltou a telefonar para a namorada, a fim de marcar um programa qualquer. Em meio à conversa, comentou o incidente como se comenta uma novidade qualquer:
– Você sabia que entregaram para o “velho” que ando com más companhias e fumando maconha? Você não acha uma grande sujeira?
Sônia botou para fora a resposta que guardava na ponta da língua:
– Amor, foi para seu próprio bem. Fiquei com medo de que você se viciasse e acabasse no hospício.
***
MARCOS ESPERAVA, no ponto de ônibus, o circular para a Gávea. Passaram dois; porém, distraído, esqueceu de fazer sinal para pararem. Finalmente, um ônibus acabou encostando no meio-fio para deixar “saltar” uma senhora.
Automaticamente, Marcos entrou. Com o veículo já em movimento, deu-se conta de ter pego a linha errada. Avisou ao trocador e, no ponto seguinte, tentou descer pela porta traseira. Um aglomerado de pessoas queria entrar, de modo que Marcos alertou: “Esperem um pouquinho, que vou descer!” Apesar do aviso, as pessoas foram entrando e Marcos teve de empurrá-las. Na confusão, chocou-se com senhora idosa que caiu no chão e morreu.
“Mas que gente irracional”, justificou-se Marcos, ante a fatalidade. “Eu avisei claramente que desceria! Será que não me fiz entender?”
Marcos consultou o relógio: estava em cima da hora da análise. Como se safar da enrascada? De súbito, constatou estar dotado de poderes mentais (parecidos com alguns poderes despertados pela maconha). Poderes perceptivos, por exemplo: enxergar objetos “ampliados”, como se estivessem sendo observados através de um binóculo; aumentar a intensidade do colorido, como se a realidade fosse um daqueles primeiros filmes em Technicolor que parecem artificialmente coloridos; “enxergar” objetos imaginários, como se olhasse em um caleidoscópio; ver coisas que não estavam presentes, como a Vera Fischer.
Nenhum desses poderes constituiu novidade. Já havia desfrutado deles em duas ocasiões em que bebera chá de sementes de maconha paraguaia especialmente pura e forte. Porém, verificou estar dotado de um poder inédito: de voar. “Posso fugir voando”, constatou exultante e, imediatamente, decolou.
Foi aí que lhe deu o estalo: nada daquilo era real, ele estava sonhando. Sonho deveras interessante: rico material para levar à sessão psicanalítica (um parênteses: pouco tempo antes, Marcos começara uma análise de grupo). Resolveu acordar para tomar nota do sonho, antes que se esquecesse dos detalhes. Sonhou que havia acordado. Levantou-se da cama e acendeu a luz. Em vez da luminosidade normal, a lâmpada irradiava uma luz fantasmagórica de uma cor nunca dantes vista. “Mas é claro”, pensou, “eu continuo sonhando.” Decidiu acordar para valer. Tateou a superfície da mesinha de cabeceira, à procura do interruptor do abajur. Encontrou-o. Ligou o interruptor. Continuou escuro. Talvez a lâmpada tivesse queimado. Levantou-se e, às apalpadelas, procurou o interruptor da lâmpada principal. Logo o achou. Ligou a luz. As trevas não se desfizeram. O que teria acontecido? Estaria faltando luz? Onde teria guardado a caixinha de fósforos? Pensou, pensou, pensou e, finalmente, conseguiu se lembrar: no parapeito da janela, junto ao maço de cigarros. Fumara um antes de dormir. Tomando cuidado para não tropeçar na escrivaninha, abriu caminho até a janela. Os cigarros e a caixinha continuavam no mesmo lugar. “Agora, só falta estar vazia!”, pensou. Felizmente, havia ainda três palitinhos de fósforo. Riscou um palito. O escuro, porém, não se dissipou. O que estaria acontecendo? Riscou o segundo palito. Nenhum sinal de luz. Enquanto dormia, teria ficado cego? Sentiu um sobressalto: CEGO? Não! Não podia ser verdade! Molhado de suor e com o coração aos trotes, acordou de verdade!
***
Os seis colegas do grupo de análise de Marcos eram todos mais velhos do que ele. Os mais assíduos eram um comerciante judeu, um executivo de uma fábrica de cigarros e um cineasta. O primeiro, rechonchudo como o Gordo da dupla Gordo e Magro e proprietário de uma loja de confecções na Visconde de Pirajá, onde trabalhava com a esposa, vivia terrível drama sexual: sempre que a procurava para terem relações sexuais, ela se punha a falar de problemas comerciais – o fiscal de tributos que extorquira uma propina, o fornecedor que reduzira o prazo de pagamento para quinze dias – tirando-lhe todo o “tesão”. Já o executivo da fábrica de cigarros vivia atormentado pelo fantasma da culpa, por estar indiretamente envenenando as pessoas. Tivesse tido a oportunidade, decerto teria escolhido outro ramo: brinquedos, chocolates, flores, coisas que dessem alegria às pessoas. No entanto, coitado, pegara cedo no batente, sem nunca ter tido a chance de cursar uma universidade. Homem batalhador, que vencera pelos próprios méritos e esforços, como recusar o convite para assumir a gerência de vendas da fábrica de cigarros, que, da noite para o dia, dobrou a sua remuneração? Tinha esposa e três filhos para criar! Precisava sobreviver! (Na interpretação do analista, seu lado “onipotente” sentia prazer com a ilusão de exercer poder de vida e morte sobre as pessoas, através dos cigarros que vendia.)
Contudo, o mais divertido do grupo era o cineasta do cinema novo de cabelos prematuramente grisalhos, vestindo invariavelmente uma camiseta para fora da calça de brim e trajando sandálias que lhe deixavam à mostra unhas compridas e um pouco sujas. Sua vida era uma sucessão de orgias dionisíacas, porres homéricos e ressacas do caralho. Quando o silêncio do grupo ameaçava estender-se até o final da sessão, uns olhando para as caras dos outros, como que a implorar que tomassem a iniciativa da palavra; quando a imagem idealizada do analista era maculada por alguma sua manifestação de fraqueza, um ato falho ou um peido, lançando o grupo na desesperança; quando sentimentos recalcados vinham à tona de forma desordenada, lançando o grupo em conflito aberto; quando o desânimo tomava conta do grupo, depois do enésimo queixume de Marcos de ter sido sacaneado por Sônia (com quem rompera o namoro) ou do comerciante judeu de estar há mais de um mês sem relações sexuais; quando a disputa pelo “amor” do analista começava a atirar o grupo em tumulto; quando todas essas coisas, ou algumas delas, aconteciam, eis que a intervenção do cineasta punha termo aos sentimentos destruidores, substituídos por sonoras gargalhadas. (Segundo o desmancha-prazeres do psicanalista, o cineasta estaria retardando o progresso do grupo)
– Vocês já comeram um cuzinho? Nunca comeram cuzinho? – bradava o entusiasmado homem de cinema.
Na primeira vez em que formulara a pergunta, arrancara do comerciante judeu a confissão:
– Uma vez na vida, só. De uma embrulhadora da loja que deu em cima de mim quando minha mulher estava grávida, sem poder trabalhar.
– E não achou bom? – perguntou o sacana do cineasta.
– Achei meio apertado – respondeu o comerciante. Na frente é mais fácil.
– E você, meu garoto? – perguntou, por sua vez, a Marcos. – Quantos cuzinhos já papou? – Ao que Marcos enrubesceu, fazendo rir todo o grupo. O cineasta, então, explicou: – Vocês têm de usar vaselina! Têm de espremer todo o tubo! (Segundo o psicanalista, a fixação anal do cineasta refletia um medo profundo de ver-se privado da virilidade…)
***
A iniciativa da psicanálise de Marcos fora, na verdade, do pai. Preocupado com o episódio da maconha, consultara um médico amigo do peito que recomendara a análise. “Na idade de seu filho”, explicou o amigo, “só poderá trazer benefícios e o contacto com os problemas de outras pessoas contribuirá para o seu amadurecimento.” Marcos, por seu turno, não opôs resistência. Pelo contrário: dois ou três de seus colegas de cursinho também freqüentavam análise e a descreviam com as melhores cores. As pessoas analisadas – diziam – têm a “cuca” mais aberta. Além do mais, através de conversas e leituras, Marcos descobrira ser a psicanálise um poderoso instrumento de interpretação da própria cultura, incluindo a literatura.
Se o pai de Marcos imaginava que a psicanálise refrearia a toxicomania do filho, enganava-se redondamente. Pelo contrário, o tiro saiu pela culatra e Marcos acabou por estabelecer – através de raciocínios tortuosos – um vínculo entre análise e drogas. Reconstituamos sua maneira de pensar: é de conhecimento geral ser o processo psicanalítico extremamente demorado; até o paciente atingir a alta, anos, ou mesmo uma década, podem transcorrer. Não por limitação da psicanálise em si, mas em decorrência dos mecanismos de resistência dos próprios analisandos, dos mil e um processos psíquicos pelos quais o ego procura manter encarcerados os diabinhos do id: recalques e sublimações e projeções e condutas neuróticas e o caralho a quatro. “Quem sabe”, raciocinava Marcos, “a maconha, abrindo as comportas do inconsciente, venha a se revelar um atalho no caminho para a alta?” A argumentação de Marcos baseava-se numa “sacação” pessoal. Aparentemente, segundo observara, existiam duas “lógicas”: a lógica da vigília, fundada no princípio da realidade (que me perdoe o leitor por esta digressão maçante), e a lógica onírica, com âncora nas profundezas do inconsciente. As lendas e os mitos – dentro dessa linha de raciocínio – seriam uma manifestação da lógica onírica: o mito de Ícaro (desejo de voar), o mito de Hércules (vontade de poder), o mito da fonte da juventude (desejo da imortalidade) e, levando-se a tese às últimas conseqüências, as próprias crenças que formam e conformam a tessitura da tradição judaico-cristã: o povo escolhido, o Messias… No plano gnóstico ou metafísico, a lógica onírica se manifestava no que, grosso modo, podemos rotular de “visão oriental do cosmo” – tudo isto, cumpre lembrar, constituía objeto das elucubrações de Marcos, salada literário-filosófico-religiosa produto de leituras mal digeridas + delírios quimicamente induzidos + fértil fantasia. Espaço e tempo: ilusões do eu. Morte: renascimento. A verdade: num pequeno grão de areia. Discípulo: Qual é a essência do darma corpóreo de Buda? Guru: A sebe no fundo do quintal.
Até aí, entretanto, morrera Neves. A grande “sacação” de Marcos foi a possibilidade de se acoplarem as duas lógicas aparentemente incompatíveis: a lógica “careta” e a lógica onírica. Sonhar acordado! Admirável mundo novo! Como operar tal fusão? Bidu, através das drogas! A nível da psicanálise, associações bem mais livres… O corolário deste arrazoado sem pé nem cabeça foi o fato de Marcos mais de uma vez ter-se dirigido “doidão” à terapia. E, pelo caminho, ia testando seu método (um dia, alcançaria a fama): DARMA – AMOR; AMOR – “BARATO”; “BARATO” – VOAR; VOAR – QUEDA; QUEDA – AMARGURA; AMARGURA – LOUCURA… ou então, MAÇÃ – PROFESSORA – ESCRIVANINHA – GAVETA – FUMINHO – AZUL – PRETO – SATANÁS, e ia por aí fora. Quando passava por uma garotinha “maneira”, tentava enxergar-lhe os peitinhos através da roupa… convencera-se de que, mais cedo, mais tarde, o lograria. Era tudo uma questão de concentração, bicho!
***
Enquanto Marcos oscilava do cursinho pré-vestibular para a análise para o fuminho para as leituras esotéricas – dera para ler as obras de um místico oriental que descreviam um universo de planos astrais, regressões para vidas pré-natais, projeções mentais e que tais bem mais convincente do que o grande vazio da ciência moderna: no microplano, prótons, elétrons e nêutrons, em desvairado carnaval matemático; no macroplano, sóis, planetas e satélites, em precário equilíbrio gravitacional; se, por um passe de mágica, Deus fizesse desaparecer do cosmo o mais ínfimo dos satélites, digamos, a nossa lua, o universo, como castelo de cartas, se desestruturaria, os astros colidindo uns contra os outros num desarvorado bilhar cósmico! – Renato exercitava seu cu de ferro dez, doze horas por dia sem se despregar dos livros. Afinal, Engenharia não eram Letras: para algumas universidades, eram dez candidatos por vaga. Renato só se permitia três “distrações”: a primeira, a sinagoga, com o pai, sexta-feira ao anoitecer – não que fosse judeu fanático, daqueles que não comem presunto nem andam de carro aos sábados; via nas idas semanais ao templo uma oportunidade de conviver mais intimamente com o pai e (por que não admiti-lo?) de colocar suas rezas em dia pois, pelo que lhe constava, nenhum cientista conseguira provar a inexistência do criador -; a segunda, o “programinha” de sábado à noite – era bem verdade que, terminadas as férias teresopolitanas, plenas de conquistas e aventuras, Renato achava-se um tanto “desenturmado”; Marcos, por exemplo, andava metido em pesquisas espiritualistas e de expansão da mente; quanto a Afonso, ensimesmava-se cada vez mais e, além de tudo, dera para freqüentar uma terma perto de sua casa que (conforme fontes seguras), depois das dez da noite, transformava-se em antro de orgias homossexuais; Daniel, por sua vez, andava metido com um tal de “grupo de estudos” que não lhe deixava tempo para mais nada -; a terceira distração, sacratíssima, o vôlei das manhãs de domingo na praia de Copacabana, bem no Posto Quatro, culminando com a rodada de cerveja (paga pelo time perdedor) no boteco do espanhol.
Foi mais ou menos em meados do ano que se deu o caso amoroso entre Renato e uma empregada doméstica que quase terminou em tragédia.