Nesta semana, você está recebendo o resumo do livro do português Eça de Queiroz, A Ilustre Casa de Ramires, que faz parte da lista de leitura obrigatória da FUVEST. Observe, então, algumas características peculiares do chamado romance realista:
1. A narrativa é lenta, o que é típico daquela escola. O narrador é detalhista, compõe uma espécie de “retrato”de suas personagens, capta um a um seus gostos, manias, gestos, atributos. Para isso, faz uma espécie de fotografia, traz para você, por meio de palavras, o que deveria ser captado através de uma película. E isso é demorado…
2. As personagens realistas são, o mais das vezes, caracterizadas como “tipos”, típicas, ou seja, representam uma certa classe social. É o caso de Gracinha, D. Ana, Rosa, Maria Mendonça, André Cavaleiro, padre Soeiro, Titó, as irmãs Lousadas.
3. A personagem Gonçalo Ramires é captada em toda a sua densidade interior: suas angústias, contradições, ambições, egoísmos mesquinhos e vaidades. O narrador traz à mostra também sua covardia intensa, mas, por contradição, sua generosidade única e esplendorosa.
Ainda sobre o romance:
O “fado”que aparece cantado o tempo todo pelo Videirinha, é uma canção tipicamente portuguesa. Fado quer dizer “destino”, e o que Videirinha toca ao violão, então, é o destino dos Ramires, seus feitos e suas glórias.
Lembrar-se de que o fato de coexistirem um romance, uma novela, um poemeto épico e um fado, todos sobre o mesmo assunto, faz-nos divisar, sempre presente, a função metalingüística de linguagem.