Tu, microcriatura infatigável
Que consome e destroça o meu ser,
Essa linda máquina do viver
Que em tuas mãos torna-se imprestável.
Tu, ser minúsculo e inelutável
Que aos milhões meu corpo invade,
Eu, grande e forte, mais tens piedade!
Tu que és príncipe da morte, inevitável.
Vírus, não tens pena do pobre homem
Que invadido por teus infames
Exala o ar de sua vida?
Bicho, tu és desgraça,
O deus que criou a tua raça,
É o mesmo que me deu a sina.