Pequena folha morta,
Quanta vida me trazes!
Em formato de estrela,
O tom acinzentado do teu corpo
Tem vestígios de uma vida verdejante
Um dia carregada pelo tempo…
Folhinha, folhinha morta,
Chega distraída na calcada,
Dançando valsa com o pé de vento
E sob meu pé, imóvel, pergunta estupefata:
“Que pensas tu ao me prender?
Devolve-me ao rio da vida,
Deixa-me livre para morrer!”
Levanto o pé, devagarinho,
E ela segue em seu bailado solto…
Meu olhar perde de vista
Esta folhinha morta
Entre tantas outras…
Continue assim seu destino
De alimento à alma do passante;
Folhinha morta, quanta vida
Trouxeste-me tu,
Em tão breve instante…