SONETO VAZIO

(aos mortos-vivos)
Só, num quarto
Vazio, profundo, amargo
Um pranto rouco e louco
Rompe dentro de mim…
Ouço pássaros,
Paredes imóveis não falam,
O silêncio tortura e arranha,
O coração velho, desacreditado.
Venha pranto, segue adentro
Despose a solidão em lamentos
Com quem de encantos padece.
A campa já aberta, espera
Seja a morte companheira
De quem vive em solidão na terra!