Como vagens
unidas por uma seiva comum,
despontam os blocos envidraçados
no êxtase das arestas,
cavalgando rumo à estrutura iniciática.
Declives de transparência
escoam imagens que se movem
e se projectam
provenientes da grande abóbada,
cúpula revestida de cenários.
Narcisos debruçam-se.
Cristais líquidos buscam refúgio.
A opulência na nudez.
Os séculos velam
e a justaposição,
o abraço concretizado
floresce na noite
e confunde o dia.
Zomba dos incrédulos.
(A propósito da pirâmide do Louvre, obra do arquitecto I.M.Pei)