E o papel deste livro,
branco que era,
agora parece-me amarelo.
Amarelo pálido,
como o canário
que outrora via a cantar,
não para mim,
que canários não cantam para as pessoas.
Cantam
apenas porque sabem cantar,
nada mais.
Aquele canário,
que cabe na minha mão,
canta,
em sua pequena vida,
o que não sei cantar
nos meus infindáveis dias.