Rebelde indomada, mordo a vida aos pedaços
Os dentes rangem sôfregos de carne e sangue
Apertados com ânsia tamanha roendo por dentro
Viro e reviro a cabeça tal qual cadela em coleira de diamantes
Cristalina e pesada
Narinas dilatadas, peito rasgado aberto ao céu
Grito pedido preso no olhar
Tempestade feita de mim num apego calado.
Onde esta meu troféu?
Já não força da natureza , fera enjaulada em prece
Não ouço palavras mágicas de voz grave
Não me tocam mãos suaves de carinho
Boca molhada resseca devagar, corpo se fecha como flor sem pétalas
A ânsia sufocada espreita ferina e inquieta
Rindo um riso louco, desenfreado
Da guerreira tornada princesa num gesto antes altivo
Agora submisso
Eis-me de joelhos, armas postas, rosto indiferente
Rendo homenagem ao anjo invisivel
Que deixa escorrer pequena lágrima em sua face de cera dura e fria
Calmaria feita de mim num ruído ensurdecedor
Onde esta meu troféu?