A aurora de unhas sujas, perturbada,
vagou sonâmbula no céu de Maio,
menstruando uma nuvem rubra a cada
pássaro aceso nesse bosque gaio.
No alto evaporou-se a branca estrada
e os vidros, combalidos do desmaio,
trincaram-se cá em baixo de alvorada,
berrando-se ao calar dos astros. Saio
do meu torpor, orvalho em meu anseio,
de pé sobre os escombros de mil romas,
levar meu desassombro a um passeio
contigo, ó anjo azul que a mão me tomas,
enquanto um sol lilás, batendo em cheio,
enche a cara da Lua de hematomas.