Aqueles caras da década de 70
viraram flores finalmente.
São agora flores do mofo
e descansam em paz
nos cemitérios das bibliotecas públicas.
Enquanto isso a garota branca
olha para os seios murchos
e senta-se ao sol da segunda-feira
para folhear
Abstratando-me
Abstratando-me
converso com o quadro
que com silêncio me responde
nas cores se esconde
impostando a frigidez dos seus traços.
quatro paredes fazem-se mundo
aquiescendo eterna espera
de dois, o quadro e eu
sem palavras…
Incorpóreo
Incorpóreo
incolor
sexo
perplexo
tesão e
abandono
prazer
e dor:
masturbação
sombra
sem dono
O g a t o
é dono
da noite
não pede
licença
com passo
matreiro
chega
do meu lado
é dono
de mim
invade
o espaço
o olhar
ligeiro
Un Segundo e Outros Poemas
Un Segundo
Me falta pared para colgar recuerdos
notas de piano que duermen en la sombra
hurgando el corazon(cavidad por cavidad)
catacumba que remata el eco de un río
zigzagueante.
Cuantas implosiones resistirá la máscara
de tu desprecio…
Cuantas
Questões Para o Tempo
Nunca me passou pela cabeça
ver o tempo como uma roda-gigante;
sempre pensei que ele tinha mais
ou menos que um instante.
Na verdade, dá se tempo e o tempo vai,
talvez nada aconteça de fato;
nessas horas é que o barato sai caro,
e o caro sai barato.
Fausto, definitivamente, não
Se para amar
tenho de arrancar de vez de mim todas
as estranhas sensações
que se transformam em incríveis
dores
se tenho de vagar pelos portões
do Inferno
a implorar que alguém me diga o que fazer
a quanto posso revender ou entregar
a minha
Anímus
Olha-me,
há luz em algum lugar
minha alma é silente
o psique é pleonasmo
e, meu anímico é vertente…
Abro a janela
a noite não é exangue
ainda vejo tuas belas luas
elas cingem meu espírito
e o sensual vem do rito!
O meu vernal
Indefinir Mordaz
Sai de mim angústia
Sentimento lacerante
Que me percorre o corpo
E me destroi a alma
Não sei se é fogo ou ventania
Mas percorre o ser como náusea
Mas náusea não é …
Transeuntes em minha mente
No momento infernal em que
meu corpo é
Poema Horizontal
Éramos dois e nem sabíamos, e agora não somos nós e o esquecemos. Fomos soma, como uma vigília, e seremos verbo, como um mandamento. Somos as duas da madrugada, e engarrafados em perfumados frascos de horas perdidas, naufragamos em gritos tormentosos, enquanto as copas floridas dos dias que passam
Vermelho Vivo (Em Quatro Estrofes)
I
O vermelho vivo
do teu batom
marcou o cristal
que copo que usaste
para apagar
da lembrança
no momento
presente
a desilusão
do passado.
II
O vermelho vivo
do teu batom
assistiu o final
do corpo que usaste