Sentada num banquinho enquanto aguardava o pai que tinha ido não sei onde, ela esperava um ônibus que também não sabia para onde ia.
Era tão magrinha, não de doente, mas de magra mesmo, tão bonitinha com seu arzinho sisudo de quem pensa que sabe algo, e seus olhos posavam no futuro, grandes,
Pecado Maior
Morava no interior de Juiz de Fora, a igreja da cidade era um encontro quase obrigatório dos finais de semana, nos anos de 1960, as festas religiosas para arrecadar recurso para a igreja, aconteciam com entusiasmo, minha mãe fazia bolo para as barraquinhas das beatas.
Eu tinha 15 anos, meus
Densa Paixão
Sempre fui fascinado pela beleza das serras que compõem o maciço de Baturité. Desde pequeno em viagens de trem que me via adentrando aquela mata, tomando banho nas grotas alvas que escorriam espumas e me esbaldando com suas mangas, uvas e bananas como se fosse um nativo a respirar todo o clima.
Lucidez?
Meu bem, é você?
Senti sua falta, procurei por toda casa e não te encontrei.
Por que fizeste isso?
Olhe, veja o que achei, lembra desse vestido?
Você adorava quando o vestia numa manhã de verão.
Era tão bom, quando podíamos sorrir sem preocupação, sem precisar
Como te Amo…
Pisei firme, ao subir os poucos degraus que levam à entrada do Aeroporto Internacional de Araçatuba. Certo da importância desse lance em minha vida. Algo para se recordar até o fim. Meu Deus, que noite! No saguão de espera, bem iluminado, um movimento de pasmar. Tudo como imaginei. Mulheres bonitas,
O presente de Natal
Peguei o gravador e saí da redação para a nova tarefa da qual fora incumbido: entrevistar crianças a respeito do Natal, que já estava perto. Iríamos fazer uma matéria mostrando o que os pequeninos, na sua maneira de entender, pensavam da grande festa. Para começar, fui para perto das lojas
O Suicida
Rua de terra vermelha, bairro já abeirando a roça. Fim de mundo. Dia de chuva o povo descia a rua de sapatos na mão, esmagando barro, para calçá-los longe, no chegar da praça da igreja de Santa Terezinha, onde principiava o calçamento de pedra. Quanto mais se alongasse na rua, subindo, pioravam
Histórias que a vida conta: De Sapo e de Príncipe…
Acostumada com a presença de insetos tirou o inseticida do armário e aspergiu pelo quarto. Desencostou a cama, deslocou os quadros, fechou a porta e, como sempre, voltou à sala e à leitura. O procedimento prosaico e cotidiano aborrecia sua paciência além de causar um sufoco nada agradável.
Vírus de Telefone
– Seu telefone pegou vírus. disse o técnico.
– Ainda bem… pensei que fosse um fenômeno sobrenatural. Como aconteceu isso ?
– Veio pela linha. Provavelmente através de uma ligação a cobrar, recebida numa segunda-feira, alta madrugada. Quando você atende,
Histórias Que a Vida Conta – De Calor e de Cobertor
Achamos o pedido um pouco estranho. Ela veio de longe naquele dia acompanhando a filha que tomava conta da nossa casa. Queria, porque queria, um velho cobertor, usado para passar roupa. Tudo era estranho no pedido: a insistência, o olhar encabulado da filha, a cobiça por uma coisa sem valor ou utilidade.