Amo la sombra de tu vestido azul
del que impaciente nos miraba
a media obscuridad, a media voz…
a total entrega.
Habla la voz del desterrado de tu cuerpo
del que arrojaste a la soledad de tus pupilas
habla el silencio de los húmedos labios…
el
Pequena Folha Morta
Pequena folha morta,
Quanta vida me trazes!
Em formato de estrela,
O tom acinzentado do teu corpo
Tem vestígios de uma vida verdejante
Um dia carregada pelo tempo…
Folhinha, folhinha morta,
Chega distraída na calcada,
Dançando valsa com o pé
Quando Cai o Pano
Quando cai
o véu
e a noite acompanha
a mesma
cena
deixando a descoberto
a clara
antena
do teu pensamento
É que páras
e percebes
aquela doce e tão
profunda
sensação de estar
em companhia
do teu ser
mais
Cro-Magnon
Olá, Valter!
Desculpa a informalidade.
Saberia você me dizer
o que foi feito da sua carne?
Um dendróbio de qual cor?
Depois de polinizada
(Abelhas de cemitério)
onde foi sua alma polemizar?
Occipital , parietal, temporal…
Desperdício
Poemas Noturnos
as folhas
do coqueiro
não dormem
balançam
o sono
do quintal
Transitivo
Aquantos passos
medem o instante
em que a lua
desce ao submundo
dos olhos
perquirindo laços
e maneias
onde o poeta guarda
os madrigais
e compulsivo subverte
Os Muitos Caminhos da Paixão
Siga as pernas tuas aonde te levam
que as sigo também…
Como as sigo
nas noites-manhãs sempiternas
de amor e desvario
como a devermos saciar a alma.
Amo-te assim, ó musa:
perneio e receio
sempre buscar e não ter contigo no lugar a nós reservado.
Dois poemas: Diálogo sobre o Eterno e Espero-te
Ela: adeus!
Ele: adeus.
Ela: p’ra sempre?
Ele: sim. p’ra sempre. é o mais justo.
– pena que a vida só tenha injustiças…
Espero-te
Não receio a infelicidade
Nem me assusta o vazio
Desde que te encontre
– Paz
Vertigens
Sozinha à beira do fogo
vento bate
me salva do fogo
de uma página colorida .
Sopra-a pela rua afora .
Folhas coloridas , em chamas
última esperança .
Lucidez e Ausência
Irreconhecível
me procuro lenta
nos teus escuros .
Fico no
O Menino e o Pai
O pai abre a porta
Cheiro de cana
Olhos perdidos no ar
Mãos tremulas
para acariciar não servem
Talvez para machucar
Para desfazer
O sonho de menino
De brincar de carrinho
De ser feliz devagarinho
O pai abre a porta
Cheiro de ódio
O Último Poema (Revelação)
O último poema…
No desconforto móvel.
Pensamentos que flutuam.
Absorvem palavras.
Nos ares de outros céus.
Que a marteladas de vidro,
congelam os céus vizinhos.
E tristezas me fazem chover.
E assim tudo enguiçou.
O arco-íris pifou.