Alcino era considerado o homem mais inteligente da comuna. Naquele tempo, havia no meio daquelas pessoas uma grande carência de sabedoria. Por isso, eles ajuntaram uma pequena fortuna – em ouro, gemas e outras preciosidades -, e confiaram tudo a Alcino para que realizasse a importante missão de encontrar a sabedoria e resgatá-la ao povo; e assim preparado, ele foi estudar nas escolas de Atenas. O bom aldeão louvava o empreendimento: “É o resgate da sabedoria! blá-blá-blá…” e todas as coisas faziam sentido. Quando regressou, após muitos anos, Alcino despertou uma grande euforia no povo esperançoso. “Afinal, a sabedoria chegou!” – diziam, e reuniram-se num local sagrado para escutar as suas palavras. E Alcino proferiu a seguinte lição: “Meus amigos, não se preocupem”, e calou-se. Calou-se!!! O povo ficou estupefato, e quis saber mais. Alcino certamente poderia dizer muitas coisas, mas obstinou-se em repetir sempre: “Eis o supra-sumo de tudo: não se preocupem”. Os homens da aldeia, sentindo-se ultrajados, ficaram enfurecidos e lançaram Alcino do alto de um precipício. Mergulhando para a morte, Alcino ainda gritou: “Não se preocupeeeeeeem!”