No momento em que surgem os clones ameaçadores, os insanos, os monstros avassaladores, que emporcalham e amedrontam a civilização e a ciência humana, quando os direitos humanos são desrespeitados, notadamente das vítimas e de seus ascendentes e descendentes, lembro-me da data gloriosa que reverencia o escritor e a mulher escritora. Esta, símbolo do amor, da beleza, da bondade, da graça, da força e da perpetuidade da espécie humana.
E, comemorando o dia do Escritor e, porque não da escritora, não poderia olvidar o pranteado, lúcido e inteligente Nelson Carneiro, que, desde sua juventude, lutou, como, ninguém, como David contra Golias, para igualar sua posição na sociedade, outorgando-lhe a Carta de Alforria, como colaboradora graciosa do homem, a fonte primeira e eterna de sua inspiração e o traço de união entre os seres humanos, visto que ela, a MULHER, é a suprema deusa, a suprema princesa, a acalentar o homem altaneiro, com sua ternura, com seu amor, com sua doçura, com seu charme, com seu calor!
E, então, ponho-me, também, a prestar-lhe singela, mas doce homenagem, ofertando-lhe o que o companheiro carinhoso diria a sua amada: Não pense, Mulher, que eu me esqueci do dia em que você veio para o mundo, para, no futuro, que nem você imaginava nem eu tampouco, encontrar-se comigo e, finalmente, compor o que os poetas, mui docemente, chamam de amor eterno! A chama eterna do amor!
Não pense que eu seja tão desastrado, a ponto de não me lembrar que, naquele dia de não sei que mês e ano, pois isso não importa, você abriu os olhos pela vez primeira e, com o choro característico de um bebê que prometia, anunciou ao mundo, que você também está presente, neste planeta.
Não pense que eu sou louco bastante, para não perceber que você esperava que alguém se lembrasse de que, na terra em que você nasceu, há um mar, um rio, um vale, um planalto ou um rochedo, tão fortes, como forte seria nosso amor, e lá nasceria uma princesa, que rainha se tornaria, e partiria meu coração.
Não pense que aquele que um dia se tornaria seu rei e seu escravo se esqueceria de que você um dia foi formosa e bela, mas continua tão formosa e bela, que nem o tempo apaga, nem a distância separa.
Não pense que o céu distante não vê, com suas luzes cintilantes, que você caminha, faceira, e lhe faz inveja.
Não pense que me olvidaria da MULHER ESCRITORA.