Esse tipo de cena redunda num comportamento não raro, hostil. Nem precisa ter nenhum Ph D em Chutologia Aplicada para saber e ver em breve, os parlamentares saboreando uma pizza gigante no Congresso, comemorando vitória. A escuridão esconde muitos demônios, mas se acendermos uma luz (conscientização), quem sabe eles desabam ou fugirão do trono. Quem diria?!
Os próprios que criam, transgridem as leis.
Confesso que tento, luto bravamente para esquecer-me os horrores, até que surjam outras falcatruas entre os anões do poder.
Nunca mais ouvi ninguém falar no escândalo da compra de votos para aprovar a reeleição dos próprios…
Vestes impecáveis a desfilar discursos, chorados ou arrogantes, porém sempre eivados (infecto: físico ou moral) de disfarçadas intenções. Passou pela minha marota imaginação, ver aqueles homens discursando no “Cenado”! Não é erro de ortografia, não! É uma proposta! Mudar a primeira letra daria mais autenticidade às cenas que se assiste, destes inescrupulosos homens do poder. CPI, e outra CPI e outras mais, pra quê? Pra acabar tudo em pizza.
Tem tudo pra perder seu emprego ou sofrer retaliações (represálias), é a dona Regina ou doutora como queira tratá-la. Mas umas crostas daquelas ainda dizem estar sendo julgados de um modo maldoso…XXX quer ser tratado com honras e dignidades.
As séries intermináveis da televisão do nosso tempo de infanto-juvenil, eram criadas pelos traços das mãos de um desenhista, que nos levavam ao mundo encantado dos sonhos através das histórias em quadrinhos. Quem não se lembra da Branca de Neve e seus Sete Anões, Elefantinho Jumbo, Tom e Jerry, Pinóquio e tantos outros?
Hoje são as potentes câmeras com seus efeitos especiais que registram as barbaridades dos figurões ou figurinhas nos quadros de interesse particular de cada Pinóquio incrustado no Congresso. Seria isso que esperávamos nossos filhos assistir na TV do século XXI? Ah, mas a indústria cinematográfica tem feito verdadeiros milagres em matéria de desenhos animados, principalmente lá em Brasília.
Eu não rezo orações pré-fabricadas. Decoreba é coisa de meu tempo de primário. Se não soubesse a tabuada na ponta da língua, ficava fora da gincana e perdia pontos na sabatina . Se não decorasse oponto pra ser recitado em pé na frente da professora e de todos os colegas, ficava ajoelhadinho sobre pedrinhas ou grão de milho seco. Que crime teria cometido a pobre criança pra ser castigado de um modo tão cruel? Pobre indefesa e nada poderia falar. O silêncio da criança em pleno castigo, demonstrava muito sofrimento naquele rostinho triste, muitas vezes transpirando e cada a pingo de suor que caía daquele rosto, representava uma eternidade. Estou falando com experiência própria. E naqueles momentos punha-me a rezar, improvisado vinham as palavras entrecortadas e soluços.
No exame final do ano de 1957, naquela escola onde estudei três anos consecutivos (a primeira série fiz noutra escolinha) , era dez de dezembro, recordo como se fosse agora: O exame (para receber o lindo diploma do antigo primário) foi realizado cara a cara, aluno e examinador; não teve prova escrita, somente oral. Você já imaginou, matemática oral? No papel já é complicado.
Sim, a professora que ficou a meu lado desconfiou que eu estava super nervoso, indagou _ Você está se sentindo bem, querido?
_ Apenas balancei a cabeça afirmando que sim. Veio-me uma vontade chorar e por uns 2 minutinhos cobri meus rosto com as mãos pra tentar refazer minhas forças esgotadas e tentar sair daquela angústia. Ela convidou-me pra sairmos um pouquinho no saguão; segurou minha mão e fomos lá fora. Ela falou: _ Você não precisa ficar nervoso, eu vou lhe ajudar no exame. Tentei um sorriso e falei pra ela: “A senhora é que não sabe, hoje é meu último dia de escola e talvez de vida. Caso seja reprovado no exame; meus pais não irão mais deixar eu voltar pra escola, e eu queria tanto ver o lindo diploma nas minhas mãos. E papai me prometeu uma surra caso seja reprovado. Já estou planejando de pular na represa e nunca mais ninguém me verá.” Voltando-nos para dentro da sala, ela me fez apenas duas perguntinhas das mais fáceis possíveis e escreveu na ficha: “Aprovado e promovido”.Ficha esta que apenas a banca examinadora teria acesso. Ela fez questão de mostrar-me o resultado da aprovação. E, cochichou em meus ouvidos: “Não precisa pular na represa, continue a sua vida, ainda terás longos anos de luta…”
Nunca mais vi aquela professora, mas Deus tocou em seu bondoso coração, para que minha vida desse continuidade. Até hoje estou aqui vivendo as circunstâncias que a vida me oferece.
Ladainha ouvia-se em casa todas as manhãs de inverno, e era um inverno rigoroso. Levanta! Levanta! Menino, antes que eu jogue água fria. Não levantasse pra ver. Rapidamente colocava nos pés aquele tênis frio, sem meias, fazia a higiene matinal, tomava o cafezinho com um pedaço de bolo, ou pão caseiro, pegava o material e corria pra escola. Caso os alunos chegassem cinco minutinhos atrasados, a professora fazia um escarcéu (banzé, escândalo); coitada! Era professora mas não tinha nenhuma didática (aquele era o método de ensino). Espancava, empurrava jogando o menino na parede, quebrava réguas na cabeça, jogava até cadeira em cima do aluno; até hoje fico pensando: como um educador pode ou poderia ser tão estúpido daquele jeito? Se,aprendi alguma coisa foi por medo dos pais e da saudosa mestra. Eu disse medo, é isso mesmo, não fizesse tarefas de casa pra ver o que acontecia! Também disse saudosa mestra: fora da sala de aulas, era mesmo que a mãe da gente, tinha um cuidado todo especial. Confesso que até hoje não entendo a metamorfose.
Numa noite dessas que passou fui obrigado derramar algumas lágrimas com saudades de minha mamãe. Acordei no meio da noite, espantado acendi a luz e olhei para os cantos; em sonho havia conversado um bom tempo com ela; também não sou de acreditar que os que foram desta terra para outra vida, voltem pra conversar com a gente. Daí o motivo de um profundo aborrecimento: Não foi com ela que eu conversei, foi só em sonho…
Fomos educados com a exigência: ser honestos; papai e mamãe exigiam que um filho mesmo depois de casado não fumasse na presença deles, passava uma ordem: não fique fora de casa até mais tarde; encerrando: não poderia perder a mania dos bons costumes por eles ensinados.
Não dá pra escrever nada mais neste instante de emoção que invade meu ser.
Muito obrigado! caro amigo (a) leitor (a).