E daqui volto eu. Pelo outro lado, pela outra margem, ao encontro de sua cabeceira. Será?
Boa caminhada. As pessoas, poucas, de manhãzinha, sorriem para mim ou dizem “bom dia”. São sorrisos cheios, assim como os “bom dia”, carregados de boa vontade, de algo bom que transborda da gente. É o barulho das folhas secas que pisamos no caminho, o murmúrio do rio, o canto dos pássaros, o som da ligeireza dos esquilos sobre a grama, correndo para a árvore ao passarmos.
Bonito! É bom olhar adiante e ver o sol, brilhando através das folhas.
Como estão verdes! Serão sempre desse verde, ou é a chegada da primavera, assim anunciada?
Inspiro. O ar é mesmo diferente. Entretanto, estou ouvindo o caminhão que passa na Pacheco Leão, e um galo que tardiamente canta por ali.
Há pouco ouvia os carros na Jardim Botânico… Tão perto da cidade, penso eu. Como se estivesse fora dela. E logo me dou conta que não. Aqui estou, no Jardim Botânico, bem dentro da cidade. Fico satisfeita como se ganhasse um presente, e talvez seja. E quem sabe quanta gente, como eu, venha a redescobrir este lugar, que está aqui, como que à espera.
Simples, como as coisas boas da vida podem ser. Andar por andar, sem ter aonde chegar, podendo olhar, e ver. Vendo, escolher, quem sabe, um canto para estar, depois da caminhada, hoje, ou amanhã… Não importa muito quando, porque ele lá estará. É só retornar.