O Mundo Ainda Canta os Beatles

É difícil esquecer o maior fenômeno musical de todos os tempos: The Beatles. Eles surgiram nos anos 60. Quatro estudantes de Liverpool, na Inglaterra, que saíram de um porão e, de repente, conquistaram o mundo, ficaram ricos e famosos.
O mundo saia da Segunda Guerra Mundial e já havia começado outro conflito, o do Vietnã. As rádios inglesas tocavam o sucesso “Love Me Do” – de um grupo desconhecido na época, formado por rapazes com cabelo diferentes e cantando músicas que falavam de Amor. As primeiras páginas de jornais eram reservadas apenas para notícias de guerra. Mas os rapazes conseguiram logo, num canto de primeira página, mostrar as explosivas fotos e machetes: “O delírio de um grupo de fãs por um conjunto com quatro rapazes cabeludos” chamava a atenção dos leitores. Dessa maneira, os Beatles conseguiram modificar a música, o comportamento, as roupas, os cortes de cabelo e a linguagem de uma geração. Começava a mania mundial.
Foi no “Ed Sullivan” – um dos maiores e mais famosos apresentadores da TV americana -, que se tornaram conhecidos no mundo. Quando apareceram no programa, os Estados Unidos “pararam” para assistir os “meninos” que começavam a ser transformados em superstars.
Eles não queriam mudar o mundo. Mas as mensagens deles contribuíram para novos movimentos surgidos nos “Anos Rebeldes”, que foi chamado também de “Era de Aquárius” com explosão de bombas, mortes na guerra e a chagada do Homem à lua. O movimento hippie também marcou a época. Naqueles anos, o poder das flores queria um mundo com mais amor e menos guerra. O que adiantaria os Beatles fazerem uma música protestando contra a guerra do Vietnã se a canção seria proibida nas as rádios e Tvs? Nada adiantou porque eles, durante essa fase, tinham como temática predominante em suas músicas o universo adolescente, com uma linguagem decodificada pelos jovens, falando de paz e amor. Jonh Lennon, chegou a deflagrar uma “guerra santa” ao dizer que “The Beatles” eram mais populares que Jesus Cristo. Mesmo assim, a África do Sul proibiu durante cinco anos a execução de músicas deles nas rádios.
Livros sobre eles inundavam as Book Stores de todos os lugares. Em 68, era publicada a biografia autorizada por Hunter Davis, um calhamaço de 400 páginas. A nova era podia ser denominada de beatlemania. Quem não esteve presente aos shows dos Beatles dificilmente pode imaginar a força dos rapazes e a energia contagiante que reinavam nos concertos. Um jornalista americano infiltrou-se na multidão das apresentações do conjunto para ter a sensação no meio das gerações em frente ao palco e, sentir as emoções das fãs. Segundo declarações do jornalista: “choro, suor e gritos desesperados”.
Desde os tempos de Rodolfo Valentino, todos os astros criados e propagados pelos meios de comunicação tiveram e têm sua corte de adoradores. Garotas chorando ou multidões rasgando roupas de ídolos sempre fizeram parte do estrelato. Só que a beatlemania foi mais longe. No início, o movimento espontâneo da juventude criava multidões nas portas dos teatros. Os produtores do grupo transformavam tudo numa operação comercial. Qualquer objeto poderia ser “beatleficado”. Roupas, cadernos, pôsteres, malas, bijuterias, enfim, tudo tinha a efígie dos quatro rapazes de Liverpool.
As toalhas que eles usaram em um hotel de Kansas City foram cortadas em 160.000 pedaços, vendidos a um dólar cada. Todo esse culto fazia deles um fenômeno mundial. Entre 65 e 68, milhares de manchetes, notas, artigos, edições extras, etc., tomavam conta das bancas de jornais. Os Beatles eram a notícia do século: “Como vive um Beatle na intimidade”, “Beatles encontram Elvis Presley”, “Beatle adoram Zen-budismo”, “Faça seu penteado Beatle”. Até a BBC de Londres, em seus noticiários, informava que Ringo, um dos integrantes do grupo teria extraído uma unha do pé esquerdo. Tudo era noticiado a respeito dos astros ingleses. No Brasil, Roberto Carlos e a turma da jovem guarda se vestiam, se penteavam, comportando-se como os Beatles, e diziam que estava tudo “uma brasa”. As rádios daqui, também tocavam muito da discografia deles, mesmo porque a onda já tinha invadido o Brasil. A beatlemania marcou a história dos movimentos culturais.
A alucinação que os Beatles causavam no público, começava a atrapalhar bem nos anos 67 e 68, o que fez Jonh Lenon separar-se do grupo em 70. Os Beatles surgiram como um conjunto renovador, mas o talento e criatividade deles estavam cada vez mais tolhidos, já que não havia chance de mostrar nada de novo nos palcos. Eles queriam mostra um trabalho e não apenas subir no palco, balançar as cabeças e ver a multidão delirar. Eles tinham uma proposta e idéias interessantes. Já estavam muito explorados pela mídia. Foi o primeiro abalo sofrido pela união mágica dos artistas londrinos. Diante disso, resolveram não fazer mais shows nem excursões. Foi nessa fase que surgiram as primeiras mágoas entre eles e cada um foi se interessando em viver sua própria vida. Depois que Jonh Lenon conheceu Yoko Ono, ficou fascinado e chegou a imaginar a possibilidade de incorporá-lo ao grupo. Sentindo que isto seria possível, John passou a se dedicar mais ao relacionamento com Yoko, deixando o conjunto em segundo plano. Paul Mc Cartney sentiu-se ferido e enciumado pela presença de Yoko e, devido a indiferença de Jonh, Paul assumiu o comando do grupo. Separou-se de Jane Asher e se uniu a linda Eastmam, querendo fazer dela um espelho de Yoko. Paul e Linda se introduziram bem ao grupo. Os conflitos de união entre as esposas dos rapazes tiveram repercussão de união sobre eles. A separação tornou-se iminente. Paul passou a compor trilhas para o cinema e George passou a se dedicar à religião. Jonh foi para a Espanha participar do filme “How I Won The The War” e Ringo decidiu fazer cinema. O fim dos Beatles comoveu o mundo e deixou toda uma geração viúva. Muitas bandas “Cover” ainda fazem sucesso relembrando as canções do conjunto. A separação deles nunca representou o fim do grupo. Principalmente na Inglaterra, selos e filmes são exibidos em homenagem ao grupo inglês. Tudo isso porque eles, nas canções, falavam de amor, paz e flores. E agora, quem quiser relembrar aqui no Brasil, pode ouvir o CD “The Beatles Yellow Submarine”, da Songtrack.