(VIAGEM MUITO DOIDA, BICHO, PELOS ANOS SESSENTA)
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CENAS DE MACONHISMO EXPLÍCITO
RESUMO DOS CAPÍTULOS ANTERIORES (que podem ser acessados clicando em “edições anteriores” na página principal): A esta altura do campeonato, já não adianta ficar resumindo os capítulos anteriores. Quem leu, se deleitou com esta viagem delirante pelos anos sessenta que chega à reta final. Quem não leu, não sabe o que perdeu!
Naquele ano, a subida da família para Teresópolis foi retardada, pois os exames vestibulares entraram por dezembro a dentro. O sacrifício de todo um ano teve seu fruto: Renato passou (com brilho) para a Engenharia, ganhando do pai como troféu um fusquinha.
Os amigos de Renato também passaram no vestibular: Daniel, em terceiro lugar, para o Instituto de História; Marcos, pela tangente, para o curso de Letras da Universidade do Estado da Guanabara; e Afonso, para Arquitetura na PUC.
Em janeiro, estavam de volta em Teresópolis. Daniel, dessa vez, relutara em subir, em vista dos compromissos com certo “grupo de estudos”, mas a insistência da mãe acabou por dobrá-lo. As paqueras tornaram-se mais fáceis com o Volkswagen. Depois de duas semanas de auto-escola, Renato marcou o exame, “soltou uma grana” e tirou a carteira. Novo elemento, trazido por Marcos, se agregou às “pândegas” dos quatro amigos: a cannabis sativa, maconha, diamba, erva maldita, o fuminho que, descendo a favela, começava sua carreira nas fileiras da classe média.
O fato é que – nas palavras de conhecido colunista social – em sociedade tudo se sabe, e a fama de Marcos de “chincheiro” (vide glossário) começava a se espalhar. A culpada talvez fosse Sônia que, em seu apavoramento, “desabafara-se” com meio mundo. E, como agravante, um dos colegas de vôlei de Renato, morador do Leblon, cansara-se de topar com Marcos em atitude suspeita, próximo a uma lanchonete, num notório ponto de transação de fumo.
No parecer de Daniel, o vício da maconha refletia a decadência da sociedade burguesa; mesmo assim, sentia curiosidade em experimentá-la. Renato, por seu turno, já tinha problemas suficientes com as bolinhas que tomava para poder estudar e com as quais se viciara. Afonso talvez fosse o mais curioso dos três em provar a tal erva da qual tantas maravilhas se falavam e aguardava uma oportunidade.
Esta, porém, não se fez tardar. Veio numa noite em que os quatro, espremidos no Fusca, rodavam a esmo, na doce indeterminação dos adolescentes. Ao passarem por uma placa apontando o cemitério municipal, Renato lançou o repto:
– Quero ver quem tem coragem de entrar meia-noite no cemitério.
Os três amigos se entreolharam, embasbacados com a proposta de Renato. O cemitério ficava na vertente de uma colina, em local ermo e escuro. Na frente do portão, Renato parou o carro.
– Quero ver quem é homem! – desafiou.
Isoladamente, ninguém se atreveria a penetrar no campo santo. Entretanto, concordaram em entrar em conjunto.
– Espero que nenhuma alma fuja com nosso carro – brincou Renato para camuflar o terror.
O silêncio era total e a iluminação restringia-se a um fiapo de lua minguante e às estrelas, auxiliadas por alguns vaga-lumes. Contrariando as crenças populares, nenhum fantasma apareceu. Aos poucos, o medo cedeu lugar à descontração juvenil.
– Moçada, – propôs Marcos – que tal o jogo da verdade?
Jogo da verdade em plena treva noturna, sob a vigilância dos espíritos e tendo por testemunhas os astros no firmamento. Discutiram quem começaria na berlinda. Resolveram tirar a sorte. “Uni, du, ni, tê, sala, mê, min, güê…” O escolhido foi Renato. E se seguiram as perguntas de praxe: se já tinha comido viado, claro que não!, se já tinha feito sessenta e nove, claro que sim, e as variações sobre o tema.
A seguir, foi a vez de Marcos ocupar a berlinda. Daniel quis saber se rompera com Sônia por ter sido corneado. Marcos respondeu que não, mas não revelou o verdadeiro motivo do rompimento. Renato, então, ousou lançar a pergunta:
– Você alguma vez já fumou maconha?
Por alguns segundos, o constrangimento dominou o grupo, logo quebrado pela desinibição com que Marcos deu sua resposta:
– Vocês querem mesmo saber? Já fumei várias vezes. E vocês, nunca?
Perante o silêncio do grupo, Marcos fez o oferecimento:
– Vocês querem experimentar? Eu trouxe aqui comigo. – E tirou do bolso misterioso embrulhinho, que Afonso fez questão de levar ao nariz.
– Tem cheiro de incenso!
– Tem certeza de que não é perigoso para a saúde? – indagou Renato.
– Bem menos perigoso do que uma garrafa de pinga – respondeu Marcos. No fundo, sentia-se realizado com a chance de “aplicar” os amigos.
Afonso, então, sugeriu:
– Quem quiser experimentar, que experimente. Quem não quiser, não é obrigado. Que tal?
– Só que preciso de “seda” – respondeu Marcos.
– Seda?
– Papel para enrolar o “baseado”. Alguém trouxe cigarros?
Marcos fumava esporadicamente, mas esquecera o maço em casa. Renato e Daniel não eram fumantes. Afonso, fumante inveterado, ofereceu a carteira de Hollywood.
– Logo “oliúde” – reclamou Marcos – que o papel é laminado!
Cuidadosamente, Marcos removeu a camada metálica do papel. A seguir, meticulosamente dobrou a “seda” ao meio, desdobrou-a parcialmente e, sobre o vinco formado, espalhou a maconha. Enrolou o cigarro, colou-o com saliva e, com um palito de fósforo, socou as extremidades. Depois, acendeu o “cigarro”.
– Vocês sabem como se fuma? – indagou e, sem esperar resposta, passou à preleção. – Prestem bem atenção: vocês têm de segurar assim (mostrou); depois, aspirar bem fundo e prender a respiração para reter a fumaça. Sacaram?
Depois de três fartos “tapas”, tampando bem o nariz com o indicativo e o polegar esquerdos, passou o cigarro a Afonso, que o aguardava ansioso. Renato, embora relutante, acabou aderindo. O próprio Daniel pôs de lado os pruridos marxista-leninistas, dando suas tragadas.
– Bicho, não estou sentindo nada! – reclamou Renato. – Isto é mais fraco do que birita.
– Calma, – esclareceu Marcos – tem de esperar uns cinco minutos até “bater”.
Contudo, a espera não superou os quatro minutos. De um instante para o outro, o “barato” apossou-se das quatro mentes, tornando o negrume da noite ainda mais negro e o cintilar das estrelas ainda mais faiscante. Ademais, deformaram-se tempo, espaço e o entendimento, fazendo um minuto parecer infindo, reduzido vaga-lume parecer dono de infinita beleza e jogos de palavras incongruentes revestirem-se da graça da mais espirituosa anedota! Daniel, voz embargada, dir-se-ia hipnotizado por uma estrela:
– Cara, saca só, a estrela piscando!
– O cu piscando? – perguntou Renato.
– Cu piscando? Que cu piscando? – revidou Daniel.
– Você quem disse que lá no céu tem um cu piscando! – respondeu Renato.
– Deve ser o cu de Deus que está piscando! – interveio Marcos, arrancando de todos ruidosas casquinadas.
– Eu não falei cu de Deus, – defendeu-se Renato – mas cu da estrela… não, não foi cu da estrela, foi a estrela no cu!
– Como é que a estrela cabe dentro do cu? – conjecturou Afonso.
– Já pensou se o cu da estrela entra numa de cagar em cima de nós? – pilheriou Marcos, quase asfixiado de riso.
– A estrela cagar sobre nós! – exclamou Renato, riso jorrando como águas caudalosas de uma represa cuja comporta foi aberta. – Quá! Quá! Quá! Que engraçado! Hi! Hi! Hi! Uma merda de estrela! Hu! Hu! Hu! Chega! Não agüento! He! He! He!
Foi quando se deu conta da beleza estonteante do céu, o refulgir dos astros redobrado pela maconha, contra o fundo de negrume transcendente.
– Maior barato o céu! Saca só!
– Que desbunde!
– “Mó” visual!
Do cemitério sem iluminação, os astros mostravam-se próximos e íntimos, como se os anos-luz da moderna astronomia fossem lorotas, a terra reinando plácida no centro do universo, circundada pelas esferas dos corpos celestes imaculados: Lua, Sol, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno. Manchas solares? Anéis de Saturno? Canais marcianos? Deformações provocadas pelo telescópio! Encerrando o cosmo, a esfera dos astros fixos. Além das estrelas, Deus, o primeiro motor imóvel! O êxtase cósmico foi, todavia, interrompido por força mais poderosa: a fome, que derruba impérios. De súbito, puseram-se os quatro aventureiros a gemer, a uivar, a ganir de fome. O influxo da maconha começava a declinar e foi com o estômago roncando que atravessaram o portão do cemitério em direção ao automóvel, que nenhuma alma ousara levar, a fim de devorarem imensos baurus no bar do Trombada, na Várzea.
Brincadeiras de cus piscantes à parte, leituras de Huxley, Leary e publicações underground + a ilusão psicanalítica + experiências cada vez mais freqüentes com drogas alucinógenas foram, paulatinamente, convencendo Marcos de que Platão + os místicos + os orientais estavam certos: assim como a irrealidade do sonho se revela quando despertamos para a vigília, também a pseudo-realidade quotidiana – as paredes lisas, as janelas e os tetos, o homem da tabacaria, o espaço, o tempo, o desejo… – mostrar-se-ia ilusória, descerradas as “portas da percepção”, abrindo caminho para a consciência cósmica.
Que mistérios ocultam estas paredes? Que se esconde por detrás desta realidade tão arrumadinha? (escreveu Marcos no diário).
Em todas as épocas e culturas, uns e outros “iluminados” – místicos e anacoretas, santos e loucos, poetas e andarilhos, magos e profetas – haviam discernido a verdade, as idéias platônicas, o nirvana, a face de Deus, o aleph, , através de orações, jejuns e mortificações. No entanto, assim como a imprensa de Gutemberg tornara os livros – antes monopólio de mosteiros e universidades, com seus corpos de copistas – acessíveis a todos, o ácido lisérgico, por sua vez, tornaria a iluminação ao alcance de qualquer um. De fato, nos Estados Unidos e na Europa, levas de jovens hippies a vinham experimentando a um simples “apertar de botão”. Quinhentos mil adolescentes, – lera algures Marcos – em média com quinze anos de idade, fugiam anualmente de casa, nos Estados Unidos, para viverem consoante o lema de Leary: turn on, tune in, drop out. Sleeping bag às costas, cabelos esvoaçantes e quase nenhum dinheiro no bolso, pegavam a estrada; alguns engajavam em cargueiros com destino incerto e, após anos de peregrinações, acabavam esbarrando com Katmandu, ponto final da moçada muito doida; ou ingressavam no Hare Krishna ou nos Meninos de Deus; ou procuravam no próprio país uma alternativa para o trabalho compulsivo, repetitivo, competitivo da sociedade corporativa, tentando fazer da labuta uma atividade divertida, um passatempo, um hobby, um jogo – uns ingressavam nas comunas rurais, onde tinham a chance de plantar e colher o próprio alimento; outros atuavam no teatro de guerrilha no Central Park; ou abriam restaurantes macrobióticos; ou dedicavam-se ao artesanato. Os convocados para o serviço militar no Vietnã rasgavam o cartão de alistamento e mergulhavam na clandestinidade. Make love, not war. Paz e amor. Falou, bicho!
Nas caladas das noites, enfurnado em seu quarto, embalado pelo tamborilar de “In-A-Gadda-Da-Vida”, pum, pum, pum, turuturum…, e imerso nos eflúvios adocicados de incenso com cannabis sativa, Marcos ia preenchendo, uma a uma, as páginas de seu querido diário:
Vivo, mas não aturo, a vida asséptica; os cabelos rentes; a barba raspada; o banho diário (pois hippie que se prezasse não tomava banho todo dia); o cérebro saturado de fórmulas e estatísticas.
Vivo, mas não aceito, a tranqüilidade pequeno-burguesa: a universidade necessária, a leitura compulsória, a busca de um emprego, a preocupação com a geladeira, com o ar-condicionado.
Minha consciência quer explodir.
Expandir.
As aulas iniciaram-se na segunda semana de março. Renato foi estudar no Fundão; porém, de Fusca, chegava rapidinho e, na volta, dava carona para alguma menininha de míni-saia. Já a faculdade de Letras de Marcos localizava-se em São Cristóvão: como vivia “muito doido”, os colegas o alcunharam de “capitão Bandeira” (certamente não pelo seu patriotismo). A escola superior de Afonso situava-se na Gávea, num agradável campus arborizado onde, entre uma aula e outra, os filhinhos dos capitalistas discutiam a tomada do poder pelo proletariado. Finalmente, o instituto onde Daniel passou a estudar erguia-se em pleno centro da cidade, num prédio do século passado em estilo de college inglês, onde antes funcionara a Escola Nacional de Engenharia.
O corpo docente do instituto de História fora rudemente golpeado pela onda de repressão do final do ano anterior, muitos de seus integrantes tendo sido compulsoriamente aposentados devido a suas inclinações políticas. Ainda estava fresca na memória dos veteranos a recente invasão da escola pela polícia secreta, atrás de renomado professor conhecido pela militância anti-ditatorial. Aliás, advertiam os veteranos, todo cuidado era pouco: agentes do DOPS infiltravam-se entre os próprios alunos. O rapaz parrudo de cabelo escovinha que não conversava com ninguém, por exemplo: não tinha toda a pinta de policial? E, mais grave ainda, entre os próprios mestres contavam-se informantes. o professor de Problemas Brasileiros certamente era um deles. O próprio reitor, comentava-se, fazia jogo duplo: perante os alunos, posava de liberal mas, por detrás dos panos, servia à ditadura. Contudo – a exemplo do Reich de mil anos, que não sobrevivera a uma década e meia -, a repressão brasileira, mais cedo ou mais tarde, chegaria ao fim: torturadores seriam julgados e castigados, os exilados e banidos retornariam e o povo, em júbilo, ocuparia ruas e praças, no maior carnaval de nossa história, cono na canção de Chico Buarque, proibida pela censura: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia… (Quem vivesse, veria.)
Mas os alunos não se deixavam intimidar. Uma semana antes do aniversário do golpe militar, o auditório amanhecera pichado: SETE ANOS DE REPRESSÃO. ABAIXO A DITADURA! Mensalmente, os alunos mimeografavam uma revista clandestina, com artigos de interesse estudantil. O próprio Daniel colaborou, no primeiro número, com uma análise do relatório Meira Mattos, denunciando a tentativa, por detrás da pretensa “reforma universitária”, de se “extinguir a autonomia universitária e se atrelar a nossa educação aos interesses imperialistas e do grande capital”. O cineclube, embora contasse com o apoio de alguns professores, teve seu funcionamento proibido pela reitoria, às vésperas da inauguração, em que se exibiria Ano Passado em Marienbad. E, mais de uma vez, Daniel encontrou, entre as páginas de livros emprestados da biblioteca, panfletos apontando injustiças, maus tratos a presos, arbitrariedades.
– Quando foi que o senhor usou bolinhas pela primeira vez? – pergunta o psiquiatra.
– Há um ano e alguns meses atrás, ao passar férias em Teresópolis. – responde Renato. – Roubava moderadores de apetite da mamãe para misturar com birita e ficar ligadão, quando ia na boate com os colegas (frisa “com os colegas” para denotar sociabilidade).
– Que marca de moderador?
– Abulemim AP. Ação prolongada.
– Nessa época, o senhor chegou a fazer uso de outras drogas: xaropes, maconha, Mandrix…?
– Não, só bola e birita.
– Consumiu anfetaminas regularmente nesse período?
– Não, só umas quatro ou cinco vezes. No Revéillon, tomei bola demais e entrei em bad. Aí, resolvi dar um tempo.
– O senhor seria capaz de descrever o que sentiu? – pergunta o médico de almas.
– Maior grilo. Fiquei com medo de entrar numa viagem. Entrei numa que, se viajasse, pararia de respirar e morreria, dá para entender? Como Jimi Hendrix e Janis Joplin.
– Quantos comprimidos o senhor havia ingerido?
– Oito bolas.
– Bastante, mas não o suficiente para comprometer a função respiratória. A partir de quando o senhor passou a usar bolas com regularidade?
– No ano passado, no pré-vestibular. Tinha de ficar dez, doze horas seguidas estudando…
– Mas dessa vez as dosagens foram menores?
– Claro! Passei a tomar uma média de um comprimido por dia. Em véspera de prova, aumentava para dois. Sem birita, lógico.
– Continuou restrito às anfetaminas?
– Não. O estudo me deixava mentalmente tão excitado…
– O estudo ou a bola?
– Os dois. Ficava tão ligadão que, quando ia dormir, não conseguia manter as pálpebras dos olhos fechadas e os dentes trincavam. Aí, comecei a “tarrar” tranqüilizantes da mamãe.
– Com que freqüência?
– De vez em quando.
– Em termos exatos.
– Uns dois ou três por semana.
– Sua mãe não desconfiava?
– Quando começou a desconfiar, passei a comprar na farmácia.
– Um absurdo que esses remédios sejam vendidos sem nenhum controle. Seja sincero: o senhor já fumou maconha alguma vez?
O paciente mantém-se calado.
– Fique tranqüilo. Pela ética médica, o que o senhor me contar ficará entre nós dois.
– Umas três ou quatro vezes, em Teresópolis.
– Foi quando o senhor começou a tomar bolinhas?
– Não, foi neste último verão, com os colegas. (Realça a palavra “colegas” para se mostrar sociável.)
– O que foi que o senhor sentiu?
– Nada, só besteira. Ataques de riso… Uma vez, confundimos cu com estrelas…
– O que tem cu a ver com estrelas?
– Nada, ficamos muito doidões. Rimos, rimos, rimos, e, de repente, o efeito começou a passar e sentimos uma puta fome.
– E quanto às bolinhas?
– Faço um esforço sobre-humano para parar de tomar. Fico um, dois, três dias sem e, aí, não agüento.
– Quais os sintomas da retirada?
– Que retirada?
– Quando pára de tomar a droga.
– Umas pressões dentro do crânio. Trincar dos maxilares. Má coordenação motora: esbarro nos objetos, não consigo escrever direito. Problemas de memória, esqueço as palavras. Dificuldade de raciocínio. Dificuldade de me concentrar na leitura. Exagerada autoconsciência: não consigo me sentir natural. Insegurança.
– Mantém relações sexuais com regularidade?
– Às vezes, vou ao puteiro.
– Tem namorada?
– Não.
– Oquei, sua consulta chegou ao final. Vou receitar um ansiolítico e o senhor voltará na quarta-feira que vem. E nada de bolinhas, certo?
– O senhor acha que vou melhorar? – pergunta Renato.
– O senhor não tem nada, só uma pequena síndrome de ansiedade causada pela tensão do vestibular. Em poucos meses, estará cem por cento.
PIADAS DE RENATO: Coitado do Renato, está com depressão, mas há poucos anos (quem diria!) foi o maior contador de piadas da face da Terra. Se quiser receber por e-mail as piadas que Renato contava nada dessas piadas que você está de saco cheio de receber, são piadas autênticas dos anos sessenta envie e-mail com assunto (subject) = piadas do Renato para o autor do folhetim. (Juro que não vou colocar você em nenhuma lista de mala direta!)