Sobre os teus Olhos

Ó, Pensamento, por que de mim foges?
Como é difícil atá-lo a mim…
Se te quero por perto, te perdes nas profundezas deste lindo, misterioso olhar que me toca e me confunde.
E voa, voa… A fim de encontrares uma resposta. Talvez no infinito, talvez logo ao meu lado, tão perto que não a vejo, a menos quando quero ver.
Viajas no céu, nuvens, estrelas, brilhos, fulgores… Mas cais, mergulhando em um denso e negro oceano, em cujas profundezas insistes na procura, quem sabe mais próxima, talvez não.
Seria bondade? Sofrimento? Inquietude? Paixão? Doçura?
Talvez uma grande mistura dos mais profundos e íntimos sentimentos de uma alma, traduzidos em negras esferas a me perceber.
Uma imensa força, não sei bem, mas me afronta e me corrói os olhos perdidos, cansados de procurar uma resposta.
Vai, Pensamento, percorra através dos caminhos e tempos. Mas não te esqueças de voltar, após sua longa caminhada e, se puderes, me traga a resposta, a única capaz de me fazer entender a plenitude desse olhar, a fim de não mais nele me deter no meu próximo divagar.