Gostaria de pedir aos mais preconceituosos um pouco de paciência ao ler estas linhas em que venho relatar dois relacionamentos que me ensinaram muita coisa e que me tiraram do limbo da infância projetando-me através de experiências na adolescência à uma precoce maturidade. Mas que definitivamente tornaram-me um ser humano mais digno e consciente. Sou apenas um jovem com boa aparência, vindo da classe média brasileira e que viveu intensamente experiências afetivas muito fortes na adolescência.
A primeira com “Ela”, que inicialmente deslocou meu chão, levando -me às nuvens, e que me deixou lá… no mundo da Lua. E depois, sem dó ou piedade, estraçalhou meu coração.
A segunda com “Ele”. Isso mesmo, com Ele! Que me ensinou que devemos usar as coisas e amar as pessoas e não o contrário.
Ela, como um furacão, deixou a minha vida de pernas pro ar. Ficava alucinado. Só pensava nela o dia inteiro e não conseguia fazer mais nada. Perdi o meu amor-próprio. Fiquei doente. Sentia que o mundo desabava sobre a minha cabeça.
Ele, como uma brisa suave, acariciou a minha alma. Mostrou que aquilo de bom que queremos para nós, devemos fazer pelos outros também. Dar para receber.
Ela, como uma brincadeira de verão, apenas confirmou o ditado que “amor de praia não sobe serra”. Meu primeiro contato com as decepções oriundas da superficialidade.
Ele, como um ciclo regular das quatro estações, demonstrou que devemos nos adaptar às diferentes situações por que passamos. Que nada adianta brigar para modificar o mundo se temos dentro de nós os maiores defeitos a serem corrigidos.
Ela foi passageira.
Ele ficará para sempre em meu coração.
Com Ela, quase sempre irracionalmente, deixava o sentimento aflorar de tal maneira que não conseguia mais me reconhecer. Perdia totalmente o controle sobre as minhas atitudes.
Com Ele descobri a verdadeira importância do sentimento, caminhando ao lado da razão, o que me fez uma pessoa mais compreensiva e segura de si própria. Foi a partir daí que pude achar o caminho do auto-conhecimento.
Sei que preciso esclarecer melhor essa situação, mas vou deixar para você imaginar estes meus “relacionamentos”, assim como se imagina uma suposta continuação de um filme com final obtuso. Na realidade só tive relações heterossexuais em minha vida. E o que pude extrair disso são essas duas formidáveis experiências.
Ela que me mostrou o “que seja eterno enquanto dure”…
Ele que me mostra sempre o que é ser e viver a real face do eterno.
Ela, a Paixão.
Ele, o Amor.