Pra quem vai prestar Fuvest e Unicamp: capriche na leitura de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Menos porque o poeta João Cabral morreu por esses dias, mais porque o texto vem de encontro aos problemas de distribuição de terras no Brasil, mais porque a migração nordestina ainda é um grave problema, mais porque a seca no Nordeste é outro problema crônico, abandonados, os nordestinos, pelas autoridades do país.
Além disso:
1. Morte e Vida Severina não é um poema, como anunciou a Globo ao reapresentar o especial: é uma peça de teatro e possui ligações com o teatro ibérico medieval, de versos redondilhos, os autos da Idade Média, encenados nas igrejas. Relaciona-se, ainda, com os chamados autos pastoris, os que têm como figura central os pastores que louvam o nascimento de Jesus.
2. Morte e Vida Severina tem estrutura dramática e possui como subtítulo “Auto de Natal pernambucano”.
3. É uma peça engajada politicamente e quer denunciar as aflições do homem nordestino, expulso da sua terra pela seca, pelo abandono e, sobretudo, pelo modo relapso como as autoridades vêem o Nordeste hoje ( e sempre) no Brasil).
4. Dê uma lida na análise do texto, em “Resumos”. Isso vai facilitar um pouco a compreensão do texto integral.
Profa. Esperanza Sant’Anna