Talvez seja espelho…
Deste açúcar de abóbora
De teu beijo.
Guardo o afeto, a comunicação,
O vapor quente-úmido no vidro.
Luz curva-se no laboratório da tua curva.
Dá juízo e movimento à sombra.
Pode ser espelho…
Dança secreta,
Caminhando Para o Natal
Nesta época de Natal
criei um mundo
onde não há árvores
nem azevinho
nem simples malmequeres silvestres
apenas um rio cheio de imagens
dividindo o assombro
entre o passado e esta herança.
Obscuras Notas del Poeta
Me transformo en círculo de palabras escogidas
para cantarle a Nada.
Qué bello el color del cognac quieto que espera
mi boca autorise su entrada triunfal
a embriagar mi seso y humedecer
con su calor de vagina encendida ese interior mío
al acecho.
Hoy necesito
Contra a Castidade
Às mulheres
Virgens de mim
De selo e sangue,
Enfim;
Seja complacente
O hímen,
E o homem
Que a tomar depois
Do banho de arroz.
As aurículas e ventrículos
Primeiro eu,
Quando me apaixonei,
Deflorei.
Poema de Papel
I – Livro
Abres um livro
pões-te a lê-lo.
Folheias,
marcas,
sublinhas, se calhar.
Viras-lhe a capa
desdobras
as bandas, se as tiver,
e colocas o livro
no lugar.
II – Folhas
Passas os dedos
no papel claro,
nas linhas finas,
nas notas por apagar.
Vês as frases
Eu Pensei
ainda Paschoal
Pensei que queria um filho teu
E a vida não me deu
Não poderia me dar
Castrada das entranhas
Aqui nada vive.
Tendo você dentro de mim
Descobri que, quando nas águas,
O rio te leva, a água me lava.
De águas, gozos, mares
Seis Poetrix
Assalto
Vendeu tudo barato
No mercado, atacado.
Saiu machucado.
Receio
A novela anual
Tenta vender cd’s
Não tema musical.
Rebaixado
O militar distraído
Quebrou o machado
Era soldado.
Valoroso
Amigo de fé
Um cão jóia
Que late alto.
Fusão
Uma gostosa relação
Acontece quando ocorre
O Poeta e o Mendigo
O poeta e o mendigo.
Será que tem alguma semelhança?
Acho que sim.
Ou vejamos como cada um vê a vida.
O poeta, sonha e escreve.
O mendigo, Sonha e fantasia.
O poeta, poetisa a lua.
O mendigo, tem a lua como teto.
O poeta, fantasia a vida.
O
Soneto Do Amor Perpétuo
Temo-nos um ao outro não pelas carências do agora,
Somos jovens, e firmes são nossos passos.
Temo-nos, sim, por aquelas que o amanhã elabora:
Privações insólitas, precisões agônicas, risos escassos.
Antítese da carne, nosso amor tornar-se-á:
Quanto mais flácida
Quero Imitar as crianças
Eu vi crianças brincado,
Ao lado do meu quintal…
Gritavam, Sorriam, Pulavam
Com um poder genial
Não se preocupavam com Nada!
Não havia lugar para o rancor…
Só sorriam, só Cantavam
Que grande gesto de amor!
Parei, só para ver as Crianças!