Bula

O que em mim é permanente
sou eu;
caso mudo, é só a periferia
que me difere.
Conto haver em mim tanto,
mais tanto
no que sou incapaz de corrigir,
que direi do mundo,
dos outros…
Não mo fosse o que mais aflige e limita,
eu seria eu
sem excesso nem falta.
Mas não o sou, não porque não queira…
Apenas o serei quando
(quando?)
não mais
afligir-me o meu limite,
o qual excedo e falto.
Em minha alma
é esta a exata proporção:
conheço um a um dos que sou,
mas estranho a multidão.