Flagelação

Dançando ao chão o desfile triste
Contas do fio tênue desistem.
Voltas ao coração ornavam
Quem os de perto nunca amaram.
Rendo-me por fé à triste lógica
Que aspira não sei qual vitória!

Por tanta dor que já não valia
A abandonada pedraria
insiste em perguntar sabendo
– Que serão durante a vida toda
Os de que hoje se tira a roupa?
Respondo a elas e logo lembro:
que tão cedo não me coroem –
Pois nua também ignóbil seja
Para quem a algures me veja
E que sabendo-se nu, doe-se
Roendo-lhe a fé a triste lógica
Erguendo não sei qual derrota.