O Copo e a Caneta

Olhos perdidos
No confim de uma mesa de bar
Universo repleto de mágoas
Lágrimas e gotas de sangue
Mesas se confundem
Vejo escrivaninhas
Tomadas pela dor
Embriaguez tamanha
Tomando o universo
De copos e colarinhos
Facas repletas de valentia
Canetas audazes
Confrontando a raposa
Em que meu orgulho se tornou
Vivo a roubar galinhas
Como se fossem corações
Mulheres e galinheiros
Copos e canetas
Seriedade e colarinho
Não encontro a lógica
Entre a vida e a vivacidade
Mostrem-me o ouro
Escondido pelo choro de mulher
A cair na mão do meu coração
Surgir a primavera
Uma queda de sorriso
Sobre meus ombros
Sem certezas
Ergo a cabeça
Tapo a caneta
Rasgo o papel da mesa
Escondendo os meus escritos
Descubro que o coração
Não passa de sinceridade
Na mesa
Do bar
Bailando
Em minha mão