Chuvas, relâmpagos e trovões
Me disfarçam neste mundo inclemente
Onde a voz do coração é sufocada
Pelo ódio, do ciúme à trama urdida
Não importa tanto amor haja plantado
Ventos fortes me fustigam, doloroso
Os trovões são ameaças antecipadas
Do clarão assustador do raio tétrico
Este clima no entanto me disfarça
Esse barulho ensurdece a minha volta
E abafa com muita perfeição
Os soluços que escapam do meu peito
Cada relâmpago que atira os seus raios
Faz o favor de iluminar as minhas trevas
De jogar minha imagem em lama fria
E a promessa de encurtar a minha sina
Prá completar o disfarce desse trapo
E evitar constrangimento em toda gente
As suas lágrimas se misturam com a chuva
E não causam do a mundo piedade!