Enviesado, olhava o trono
e se debatia à espera
de novas oportunidades
que nunca surgiam,
pois o impreterível momento
nunca chegava;
e assim o tempo passava.
Obtuso ele era, o sabia,
e constatava, cada vez mais,
o desleixo.
Matilde o avisara
do princípio do fim;
nunca a ouvira,
porque agora?
E, ainda assim,
pensava na derrama
detrás dos montes.
Árvores provectas
observavam o horizonte
belo, escuro, inviável;
se Trancoso ali estivesse,
mas se fora…
Normas o impediam
de agir na direção
do seu coração
sibilante, ofegante.
A virgem o inspirava
a sorver em nacos
sua concupiscência;
bela e tristonha,
carregando o fardo
da sua peçonha.
Sorumbático,
tecera comentários
impublicáveis
aos subordinados,
que de nada entendiam.
Porfiava em ensandecer
os ousados ouvidores
que não acreditavam
ser ele capaz.
Nas ondas, jangadas e navios,
presentes e passados,
passavam ante seus olhos,
antes efusivos,
agora distorcidos
pelo espanto do ostracismo
antecipado.
Nas minas nada mais havia
a não ser buracos,
as vias cruzadas
conduziam a nada.
Produções de bananas
oferecidas ao seu preço
renderiam alguns trocados?
– perguntava-se e entreolhava-se.
Sucumbira, sim, mas
a vertente fatal
estava longe do seu fim.