Hás que chegar de mansinho
E leve, devagarinho
Tocar tua mão na minha.
Hás que olhar em meus olhos
E lá dentro, no vão
Sentir o tremor que percorre
Os meus lábios
A minha solidão.
E hás, finalmente
Que ouvir os gemidos
O meu grito
Que há muito mantenho contido
E que, solto, evoca qual pássaro
A única palavra que abrigo
Escuridão.