Quero sair de mim
Fugir
Não ser
Existir
Descartes não tem a solução
Penso e não existo
Quero existir
Não pensar
Tô amarga
E doce demais
Não sou Camões
Mas sou sim e não
Queria ser poeta
Ou profeta
Melhor não
Escrevo sempre esse não sei o quê
Melancolia
Sentimentalismo
Tristeza e alegria
Alergia
Ao menos teria estilo
Repetitivo
Palavras soltas
E esta escrita que rola,
Voa
Vento
Meus cabelos
Pensamento
Não uso drogas
Uso você
Preciso de alguem que me ame
Preciso de você
Preciso de você?
Preciso de mim
Isso Sim
Por enquanto
O poema mofado
Guardado
Velhos trabalhos
Atalhos
Tenho muito o que fazer
Tenho que fazer?
Não quero fazer
Não quero ser
Nem Cecília nem Clarice
Nem Alcoforado
Desaforo
Ninguém vai me ler
Será?
Sonhar…
De novo
Lembrar
Cheiro de você
Pele que arranha
Sexo
Perfume
Mãos e pernas
Só você pode entender
Medo
Medo de doer
Medo de viver
Alegria
Alívio
Segurança que não se vê
Mas que se tem…
Em ninguém
Ninguém é você
Alguém existe
Alguém é comum
Ninguém é só meu
Mas faz parte de mim
Alma gêmea
Sem eu querer
Sem saber
Nem acreditar
Não mereço nada
Nunca mereci
Prefiro sofrer
Para garantir
No que me transformei?