Calada da noite

Estopim emergente
dos malditos
fantasmas
de mim.
Enveredam-se por tudo,
aliciando o vento
a arrastar em correntes
o desejo sufocado .
O teu sorriso some
no poço dos vazios.
Em frações de demência
eles desajustam
as contas,
restringem
meus lábios,
apagam
os sonhos,
grudam-se
às carnes.
Desencontro-me
da alma.
Sem as tuas mãos dadas,
perco nosso sentido.
Tomo a última trilha
do olhar, que chove
e descarrilho
o centésimo trem.