Todo mundo gostaria de escrever,
Eu também gostaria de escrever,
E por sinal, gostaria de escrever muito
Até o sol nascer, ou o sono chegar.
Muitos têm o doce sabor da palavra.
Eu apenas o doce sabor do desejo,
Do desejo de escrever doces palavras
No branco papel que aqui reluz.
Muitos gostariam, também, de ter
O prazer do desejo de escrever,
De passar para o papel o que sente
O que na verdade todos sentem.
Tento-me desvencilhar desta opressão,
Medo ou angústia de errar
Ou não saber fazer o que muitos
Com habilidade e maestria fazem.
Aos poucos tento então noto
Que a maestria pertence à insistência,
E a insistência deveria pertencer,
Sem pestanejar, a todo ser humano.
Pouco a pouco, passo a passo,
Nós, humanos, podemos desenvolver essa maestria,
Embora alguns não conseguem jamais atingir
O que a poucos é tão natural.